Celebridade
‘Não deveria ser uma guerra’

Influenciadora Shantal Verdelho desabafa sobre os desafios com filhos e chama atenção para uma condição pouco debatida que afeta milhares de mães
A influenciadora Shantal Verdelho já usou suas redes sociais para falar abertamente sobre as dificuldades da amamentação, especialmente em casos de produção excessiva de leite, a chamada hiperlactação.
Em um relato sincero, ela revelou o quanto o processo tem sido desafiador: “Amo amamentar, mas para mim é sempre muito delicado. Nesta amamentação, por exemplo, eu tive duas vezes candidíase e ingurgitamento toda semana. Meu filho mamou leite com anti-inflamatório, ducto entupido e meu bico ficou doendo e machucado quase que todo o tempo, além da mastite mais tenebrosa que já tive. Produzir muito leite. Parece um sonho, mas olhando de perto não é tão lindo assim.”
O excesso que também machuca
Apesar de muitas mulheres enfrentarem a frustração de não conseguirem produzir leite suficiente, a hiperlactação pode ser igualmente angustiante. Quem explica é Alessandra Paula, especialista em amamentação e recém-nascidos, em entrevista à CARAS Brasil:
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“Costuma-se associar a amamentação difícil apenas à baixa produção de leite, mas o excesso também pode ser devastador. Sempre digo que ‘não ter leite é difícil, mas ter leite demais é horrível'”, revela a especialista.
Os riscos da hiperlactação
Para o bebê:
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Refluxo e vômitos frequentes devido ao fluxo intenso;
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Engasgos e risco de aspiração;
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Agitação durante a mamada, recusas ao seio e choro;
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Cólicas intensas e fezes explosivas.
Para a mãe:
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Ingurgitamento constante;
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Ductos entupidos e mastites recorrentes;
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Fissuras nos mamilos e dores persistentes;
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Maior propensão à candidíase mamária.
Ou seja, leite demais está longe de ser sinônimo de tranquilidade. Pelo contrário: gera um ciclo de dor, estresse e, muitas vezes, frustração.
Como lidar com a hiperlactação
Segundo Alessandra, há maneiras de amenizar o problema, desde que a mãe receba acompanhamento especializado:
“Com a orientação de uma profissional especializada em amamentação, é possível reduzir os impactos da hiperlactação.”
Confira algumas estratégias recomendadas:
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Ordenha controlada, feita apenas para aliviar a pressão, sem estimular a produção;
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Posições que reduzem o jato forte, como a posição “cavalinho”;
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Compressas frias após as mamadas, que aliviam o ingurgitamento;
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Técnica de bloqueio de seio (block feeding), quando indicada;
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Avaliação periódica da saúde mamária, evitando complicações como mastites e abscessos.
Amamentar não deveria ser uma guerra
A especialista encerra com um alerta importante: “Amamentar não deveria ser uma guerra entre mãe e corpo. Falar sobre a hiperlactação é fundamental para quebrar o mito de que ‘leite demais’ é apenas uma bênção. Informação e suporte especializado salvam não só a amamentação, mas também a saúde emocional de muitas mães.”