Celebridade
‘Sentir dor não é fraqueza’

Psicanalista reflete sobre o sentimento de luto coletivo após a morte e o velório de Preta Gil, que foi um ícone brasileiro: ‘Essas perdas servem como gatilhos emocionais’
A morte da cantora Preta Gil nesta semana gerou um sentimento de luto coletivo no Brasil. Diversos fãs e famosos ficaram tristes com a partida da artista aos 50 anos em decorrência de complicações do câncer. Com isso, a psicanalista Ana Lisboa explicou como é a comoção pública em mortes de celebridades.
A psicanalista contou que o luto coletiva é um fenômeno natural do ser humano enquanto lida com a perda de um ícone nacional. “Quando uma figura pública parte, o que nos dói não é apenas a ausência dela. É a ausência simbólica do que ela representava. Preta era potência, afeto, coragem. Quando eles vão embora, algo dentro de nós também se despede“, afirmou ela, e completou: “Essas perdas servem como gatilhos emocionais. Muita gente chora por Preta, mas também pela mãe que partiu sem adeus, pelo amigo que foi embora sem explicação, pelo amor que ficou suspenso no tempo. O luto se acumula onde não foi vivido“.
Então, a especialista refletiu sobre a grande repercussão de posts nas redes sociais com homenagens. “O compartilhamento de homenagens, vídeos, memórias, hashtags, tudo isso nos dá uma ilusão momentânea de comunidade. Por alguns dias, sentimos que não estamos sozinhos na dor. E esse sentimento de união, ainda que breve, é profundamente terapêutico. Perder essas figuras é ser convidado, à força, a revisar o que realmente importa. Nossos afetos, nossos silêncios, nossas saudades“, afirmou.
Por fim, a psicanalista afirmou que o luto coletivo é um processo que pode gerar transformação. “Sentir dor não é sinal de fraqueza. É sinal de humanidade. E se há algo que precisamos reaprender com urgência, é a arte de sentir. Não para sofrer mais, mas para viver com mais verdade“, finalizou.
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A morte de Preta Gil
Preta Gil morreu aos 50 anos no dia 20 de julho de 2025 enquanto estava nos Estados Unidos para realizar um tratamento experimental contra o câncer. Ela foi diagnosticada em 2023 com um tumor colorretal e realizou cirurgias e tratamentos com quimioterapia contra a doença. Porém, ela teve metástases em 2024 e retomou o tratamento, mas seu caso se agravou e ela não tinha mais possibilidade de tratamento no Brasil. Em maio de 2025, a estrela viajou para os Estados Unidos para buscar novos tratamentos por lá, mas seu caso se agravou e ela veio à óbito.
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