O que pensa Ringo Starr sobre ter sido tirado do 1º single dos Beatles

Ringo Starr esteve presente do primeiro, Please Please Me (1963), ao último álbum de estúdio dos Beatles, Let It Be (1970). Todavia, isso não quer dizer que ele tenha tocado em todas as músicas gravadas pelo Fab Four.

Primeiro, porque há uma série de músicas que sequer possuem bateria: “Yesterday”, “Eleanor Rigby”, “Within You Without You”, dentre outras. Segundo, porque mesmo em algumas canções com o instrumento ele acabou sendo preterido. É o caso, por exemplo, de “Love Me Do”, primeiro single da banda.

“Love Me Do” possui três versões distintas:

• com Pete Best, baterista original dos Beatles;
• com Ringo Starr, que havia sido trazido para o posto após a demissão de Pete;
• e com Andy White, músico de estúdio de confiança do produtor George Martin.

A versão de “Love Me Do” que entrou no disco de estreia da banda acabou sendo a com Andy White nas baquetas. Isso, obviamente, deixou Ringo magoado.

Ele contou sobre esse episódio em entrevista ao The Sessions Panel (transcrição de Ultimate Guitar), quando relembrou algumas de suas maiores alegias (e raivas) com a banda:

“Bem, uma das coisas mais emocionantes foi que gravamos um disco. Mas eu, pessoalmente, passei por um inferno, porque George Martin tinha um baterista de estúdio chamado Andy White. Enfim, ele não sabia que o Beatles tinham trocado de baterista e eu estava entrando.

Segundo Ringo, a partir de então ele jamais deixou de pegar no pé de George Martin por conta disso:

“Eu o fazia pedir desculpas todos os dias.”

George Martin se redimiu com Ringo Starr

George Martin, de fato, viria a se redimir com o baterista ao apelidá-lo de “metrônomo”. Ringo Starr nunca foi um músico com técnica exuberante, mas conseguia manter o ritmo como poucos e tinha criatividade.

Por conta disso, convenceu Martin de seu valor, a ponto de o produtor ter se rendido a ele:

“Eu tenho muitas filmagens do George (Martin). Ele tinha aquela frase ótima sobre mim. Ele dizia: ‘Sabe, os Beatles fizeram isso’, e alguém perguntava a ele: ‘Você tinha um metrônomo?’ Ele respondeu: ‘Sim, tínhamos. Ringo era o nome dele’.”

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