Música
Shavo Odadjian (System of a Down) diz não ser de esquerda ou direita e explica posicionamento

O System of a Down, uma das bandas mais politizadas em atividade no metal nas últimas décadas, defende abertamente nas letras ideias progressistas e que se alinham à esquerda no espectro político. Mas será que todos os integrantes adotam essa postura, preconizada pelo vocalista Serj Tankian?
Em recente entrevista à Metal Hammer, o baixista Shavo Odadjian ponderou a respeito e disse que não. Ele respondeu a perguntas enviadas por leitores e fãs da banda e se classificou como não sendo nem de esquerda nem de dirieta.
Na ocasião, o músico foi questionado por um fã identificado como Msef24, que enviou à revista a seguinte pergunta via Instagram:
“Por que você é comunista?”
Shavo Odadjian devolveu com uma resposta elaborada e explicou seu posicionamento:
“Não sou. As pessoas acham que, porque o System of a Down se manifestou contra o governo e a favor do povo, significa que somos comunistas. Eu não tenho essas crenças. Defendo a liberdade, a liberdade de expressão e a possibilidade de ter opiniões. Não sou de direita, nem de esquerda: tenho as minhas próprias crenças. É a única maneira de ser no mundo de hoje, porque os extremistas são muito barulhentos.”
Ele acrescentou:
“Preciso poder dizer: ‘Você pode ter razão – vamos conversar’, em vez de dizer: ‘Não, se você ficar aqui, eu te odeio’. Poderia ser mais controverso se estivéssemos fazendo isso desde o início, mas não gosto do jeito que as coisas estão indo na política aqui. As pessoas têm medo de falar sobre isso.”
Integrante do System of a Down se alinha à direita
Curiosamente, outro integrante do System of a Down também se manifestou recentemente como não sendo uma pessoa de esquerda, ao contrário da mensagem que a banda passada. Diferentemente de Shavo Odadjian, porém, o músico em questão declara estar orientado à direita.
Trata-se do baterista John Dolmayan, que em publicações nas redes sociais já exaltou a atuação do republicano Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Também se envolveu em controvérsias ao questionar o movimento antirracista Black Lives Matter e negar a existência do racismo estrutural nos EUA.
Além disso, ele afirmou em bate-papo com Lilian Tahmasian (via Blabbermouth) que considera os ideais de esquerda um pouco utópicos demais nos dias de hoje:
“Ser de esquerda, na maioria das vezes, é algo para os pensadores idealistas. Todos acreditamos em conceitos progressistas — eu acredito. Acredito em conceitos sociais também. Não quero que as pessoas morram de fome. Quero que as pessoas tenham casas. Mas também acredito em autossacrifício e que o trabalho duro te leva onde você quer estar. Não quero subsidiar alguém que é preguiçoso só porque, independentemente de sucesso, eu trabalhei muito para chegar onde estou.”
O baterista afirmou que não se nega a ajudar as pessoas. Todavia, em seu ponto de vista, isso “saiu um pouco do controle” nos dias atuais e agora “está no fundo do poço”.
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