Celebridade
impactos do ataque à filha de Roberto Justus

Especialistas revelam consequências psicológicas, mecanismos legais e como proteger crianças nas redes após caso da filha de Roberto Justus
Em julho de 2025, Vicky Justus, filha de cinco anos de Roberto Justus e Ana Paula Siebert, foi alvo de comentários violentos após a divulgação de imagens em que aparecia com uma bolsa de luxo da grife Fendi, avaliada em cerca de R$ 14 000. O fato ganhou repercussão ao envolver ameaças de morte vindas de figuras públicas como um professor da UFRJ e uma psicóloga.Diante do ocorrido, o casal buscou apoio jurídico e posicionamento público.
A psicóloga Letícia de Oliveira, ouvida pela CARAS Brasil, criticou a desumanização e o discurso de ódio, afirmando que direcionar violência até ao “filho de um assassino” é inconcebível. Ela afirmou: “Desejar a morte de uma criança… eu acho que, em situação nenhuma, nem o filho de um assassino merece tamanho ódio.”
Letícia destacou que a agressão verbal emanou não apenas de ideologias anti-capitalistas, mas nasceu da amargura de quem publica maldade em plataformas digitais — principalmente por profissionais da saúde, o que reforça o perigo da normalização desses discursos.
Aumento de casos e o impacto psicológico em crianças
Segundo dados da SaferNet Brasil, houve aumento de cerca de 60% nas denúncias de cyberbullying e discurso de ódio contra menores em 2023. . A psicóloga Dra. Maria Isabel Leme, da USP, explica que o anonimato facilita as agressões: o agressor se sente protegido pela distância que a tela oferece.
Para a criança, os impactos podem incluir:
- Ansiedade e medo (mesmo que sem plena compreensão dos ataques);
- Baixa autoestima, induzida por comentários ofensivos;
- Insegurança social, especialmente se a criança for cobrada por ter pais famosos;
Já os pais enfrentam dilemas sobre exposição: ao expor excessivamente a vida intimista dos filhos, aumentam os riscos de ataques e de sofrimento emocional.
Aspectos legais: como a lei atua
- O conteúdo direcionado à Vicky pode ser enquadrado como:
- Injúria e difamação (Código Penal);
- Violação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA);
- Crimes digitais, previstos no Marco Civil da Internet
Apesar da suposta anonimidade, perfis ofensores podem ser identificados por determinação judicial, e redes como Instagram, TikTok e YouTube são legalmente obrigadas a fornecer dados. O engajamento com as autoridades — com boletim de ocorrência, print de mensagens e advogados especializados — é importante para responsabilização.
Medidas de proteção e prevenção
Para os responsáveis:
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Documentar ocorrências (prints, vídeos);
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Registrar boletim de ocorrência (online ou presencial);
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Contratar advogado especializado em direito digital;
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Denunciar as contas ofensivas às plataformas;
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Utilizar canais como SaferNet ou Ministério dos Direitos Humanos;
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Reduzir exposição pública da criança.
Para as plataformas:
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Cooperar com investigações judiciais;
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Monitorar conteúdo protegido por leis, como o ECA.
Como ajudar a criança a lidar com isso
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Conversar de forma acessível sobre o ocorrido (de acordo com a idade);
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Reforçar o apoio familiar e ambiente de segurança emocional;
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Iniciar acompanhamento psicológico se identificar sinais de ansiedade, comportamento retraído ou medo;
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Envolver a criança em atividades que promovam autoestima (arte, esportes, hobbies).
O papel da sociedade e dos profissionais
Especialistas reafirmam que pessoas que propagam discursos de ódio, especialmente profissionais que deveriam cuidar do bem-estar, devem enfrentar consequências — inclusive, reavaliação de habilitação profissional. É urgente que a sociedade exija respeito às crianças, um uso mais responsável da internet e medidas jurídicas e educativas mais eficazes.
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