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Novo tratamento é avanço promissor no combate ao câncer de ovário

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Uma nova estratégia de medicina de precisão mostrou resultados animadores contra o câncer de ovário, uma das formas mais agressivas de tumor entre as mulheres.

Em um estudo publicado na revista Cell Reports Medicine, pesquisadores da Weill Cornell Medicine, nos Estados Unidos, identificaram uma combinação de medicamentos capaz de impedir o crescimento das células cancerígenas e dificultar o desenvolvimento de resistência ao tratamento.

Os testes, ainda em fase pré-clínica, foram realizados em laboratório e modelos animais. Ainda necessita passar por testes em humanos. Se gerar bons resultados nos testes clínicos, a nova abordagem pode representar uma alternativa mais eficaz do que os tratamentos convencionais, especialmente para pacientes com câncer de ovário recorrente ou resistente à quimioterapia.

Câncer de ovário: desafios persistentes no diagnóstico e tratamento

O câncer de ovário é responsável por cerca de 7.300 novos casos por ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). No mundo, a taxa de sobrevida após cinco anos é de apenas 50%. Isso se deve, em grande parte, à dificuldade de detecção precoce — já que os sintomas costumam ser inespecíficos e surgem apenas em fases avançadas da doença.

Apesar de ainda estar em estágio pré-clínico, a pesquisa abre novas perspectivas para o tratamento do câncer de ovário
Apesar de ainda estar em estágio pré-clínico, a pesquisa abre novas perspectivas para o tratamento do câncer de ovário – ALIOUI Mohammed Elamine/istock

O tratamento padrão geralmente envolve cirurgia para remoção dos ovários e quimioterapia à base de platina. No entanto, em muitos casos, o tumor reaparece de forma mais agressiva, limitando as opções terapêuticas.

Nova abordagem foca nos “caminhos” do câncer, e não nas mutações

Diferentemente das estratégias tradicionais de medicina de precisão, que buscam mutações genéticas específicas, os cientistas optaram por analisar as vias de sinalização celular, rotas bioquímicas que controlam o crescimento e a multiplicação das células tumorais.

Segundo o pesquisador Benjamin Hopkins, autor sênior do estudo, muitos tumores ovarianos ativam os mesmos mecanismos de crescimento, mesmo com perfis genéticos distintos. Essa descoberta abriu caminho para o uso de medicamentos que atuam nesses “atalhos” comuns utilizados pelas células cancerígenas.

Dupla de medicamentos bloqueia rotas de crescimento celular

Nos testes, os pesquisadores identificaram que a via MAPK, já conhecida por sua relação com o crescimento celular descontrolado, estava hiperativa nos tumores ovarianos. Para combatê-la, utilizaram o medicamento rigosertibe, que reduziu significativamente o avanço dos tumores. No entanto, o bloqueio dessa via ativou uma segunda rota, a PI3K/mTOR, como mecanismo de compensação por parte das células cancerígenas.

A solução foi combinar o rigosertibe com inibidores da PI3K/mTOR. O resultado foi promissor: a combinação bloqueou as duas rotas simultaneamente, freando o crescimento tumoral de forma mais eficiente do que o rigosertibe isolado, e, em alguns casos, com desempenho superior ao da quimioterapia tradicional.

Perspectivas para o futuro do tratamento

Apesar de ainda estar em estágio pré-clínico, a pesquisa abre novas perspectivas para o tratamento do câncer de ovário. A abordagem pode, inclusive, ser aplicada em outros tipos de tumores que não apresentam mutações genéticas comuns, mas compartilham os mesmos mecanismos de crescimento celular.

A equipe de pesquisadores planeja novos estudos para identificar outras vulnerabilidades do câncer de ovário e desenvolver terapias de segunda linha, alternativas que possam ser utilizadas quando os tratamentos iniciais falharem.

Por que a descoberta é tão relevante?

O câncer de ovário é silencioso e altamente letal. As opções terapêuticas disponíveis tornam-se cada vez mais limitadas conforme a doença avança ou retorna após o tratamento. Estratégias que exploram o funcionamento interno das células tumorais, e não apenas sua genética, representam um novo horizonte na oncologia de precisão.

Se confirmada em estudos clínicos com humanos, a nova combinação de medicamentos poderá beneficiar milhares de mulheres ao redor do mundo, oferecendo uma chance real de resposta terapêutica mais duradoura e menos invasiva.

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