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Trump sugere prender governador da Califórnia em meio a protestos pró-imigração; entenda

Nos Estados Unidos, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, vem criticando publicamente o presidente Donald Trump por enviar tropas da Guarda Nacional para Los Angeles em meio a protestos contra a atuação da Agência de Imigração e Alfândega (ICE). No domingo, 8, o democrata desafiou o governo a prendê-lo.
Agora, o “czar da fronteira” indicado por Trump para supervisionar a imigração, Tom Homan, disse que a prisão do governador não foi discutida. O presidente, por outro lado, disse a jornalistas que “prenderia” e que seria “ótimo” tomar tal decisão contra Newsom.
“Se eu fosse Tom Homan, eu prenderia. O Gavin gosta da publicidade, mas acho ótimo [prendê-lo]. Ele fez um trabalho péssimo”, disse o presidente.
Também nesta segunda-feira, o governador afirmou que processará Trump por sua federalização e por ter enviado tropas da Guarda Nacional para Los Angeles. O presidente “incitou a discussão e agiu ilegalmente”, escreveu Newsom nas redes sociais. “A ordem que ele assinou não se aplica apenas à Califórnia. Ela permitirá que ele vá a QUALQUER ESTADO e faça a mesma coisa. Estamos processando-o.”
No último sábado, Trump assinou um decreto autorizando a federalização e o envio de dois mil soldados, dos quais cerca de 300 foram enviados a Los Angeles sem a solicitação ou consentimento das autoridades locais.
Uma medida como essa não era tomada por um presidente americano desde 1965, quando o presidente Lyndon B. Johnson ignorou o governador segregacionista do Alabama, George Wallace, e enviou a Guarda Nacional para proteger os manifestantes pelos direitos civis que marchavam no estado.
A ordem de Trump convocou a Guarda Nacional — normalmente sob o controle dos governadores estaduais — para o serviço federal “para proteger temporariamente o ICE e outros funcionários do governo dos Estados Unidos que estão desempenhando funções federais, incluindo a aplicação da lei federal, e para proteger a propriedade federal”. Na prática, a ordem poderia ser invocada em outros estados. A menos que o Presidente invoque a Lei da Insurreição, a Guarda Nacional estaria impedida de conduzir atividades policiais contra cidadãos americanos.
Na manhã desta segunda-feira, o presidente defendeu o envio de militares para reprimir os protestos. “TRAGA AS TROPAS!!!”, escreveu nas redes sociais. A ameaça foi repetida por republicanos proeminentes e membros do gabinete, aumentando as tensões na cidade. Trump afirmou posteriormente que Los Angeles seria “completamente arrasada” se ele não tivesse enviado a Guarda Nacional.
“Donald Trump criou as condições que apareceram na TV hoje à noite”, disse Newsom em entrevista à MSNBC no domingo à noite em referência aos protestos e casos de vandalismo e depredação. “Ele exacerbou as condições, acendeu o fósforo, está colocando lenha na fogueira, desde que anunciou que assumiria a Guarda Nacional — um ato ilegal, um ato imoral, um ato inconstitucional.”
Artigo publicado em 9 de junho de 2025 na Rolling Stone. Para ler o original em inglês, clique aqui.
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