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Sintoma que foi confundido com perimenopausa revelou câncer raro e silencioso

Quando Julia DeVillers, escritora norte-americana, começou a perceber sangramentos inesperados, ela pensou que fossem os primeiros sinais da perimenopausa. Afinal, na faixa dos 50 anos, pode ser natural ciclos menstruais irregulares, com alterações no fluxo e duração. Mas o que parecia algo comum acabou se revelando um câncer anal em estágio 3, uma doença rara, silenciosa e fortemente associada ao HPV (vírus do papiloma humano).
Ao Today, ela contou que tudo começou com manchas de sangue na roupa íntima e episódios repentinos de sangramento. Só depois, ela percebeu que o sangue vinha do ânus, um sintoma que inicialmente confundiu até os médicos. A primeira suspeita foi de hemorroidas, mas durante a cirurgia, os médicos encontraram dois tumores malignos.
O câncer já havia se espalhado para os gânglios linfáticos, elevando-o para o estágio 3, no qual até 70% dos pacientes podem não sobreviver mais de cinco anos, segundo dados médicos.
HPV: o vírus comum que pode gerar câncer
O HPV é uma infecção sexualmente transmissível extremamente comum, e cerca de 80% das pessoas sexualmente ativas terão contato com ele até os 45 anos. Na maioria dos casos, o vírus é eliminado pelo organismo sem causar sintomas. Porém, em alguns casos, ele pode gerar alterações celulares que evoluem para câncer — incluindo câncer anal, de colo do útero, de garganta e outros.
Embora raro, o câncer anal é muito diferente do câncer de cólon ou de reto e, na maioria dos casos, tem relação direta com o HPV.
Existe prevenção eficaz
A boa notícia é que existe uma vacina contra o HPV, 97% eficaz, recomendada para meninos e meninas a partir dos 9 anos, além de jovens e adultos que ainda não foram vacinados.
Fique atento aos sinais:
- Sangramento pelo ânus
- Dor, coceira ou nódulo na região anal
- Alterações nas evacuações
- Desconforto persistente na região pélvica
Julia enfrentou sessões agressivas de quimioterapia, radioterapia e internações na UTI, mas hoje está curada e dedica sua vida a combater o estigma dos cânceres relacionados ao HPV, além de conscientizar homens e mulheres sobre a importância da vacinação e do diagnóstico precoce.
“A gente acha que isso não vai acontecer, mas o HPV é real e pode, sim, causar câncer. É preciso falar sobre isso sem vergonha”, alerta ela.