Celebridade
‘Sem tratamento pode ser grave ou até fatal’

Adriana Perroni, jornalista da Record, recebeu o diagnóstico de uma trombose no braço após internação por infecção no rosto; veja complicações
Adriana Perroni (44), jornalista da Record, foi internada e teve uma trombose no braço no início de agosto. Antes, ela ficou duas semanas afastada para tratar uma celulite facial e retornou ao hospital após perceber um novo inchaço no rosto –então, recebeu o novo diagnóstico de sua saúde. Sem o tratamento adequado, o quadro pode ter graves complicações.
Em entrevista à CARAS Brasil, a cirurgiã vascular Aline Lamaita explica que o objetivo do tratamento para o quadro que atingiu a jornalista da Record é impedir que o coágulo, formado na veia, cresça ou se desprenda e evitar a formação de novos trombos. “Sem tratamento, a trombose no braço pode levar a embolia pulmonar, quando parte do coágulo se solta e vai para os pulmões, podendo ser grave ou até fatal.”
“Outra consequência é a síndrome pós-trombótica, que deixa sequelas como dor crônica, inchaço persistente e limitação funcional. Em casos raros, pode haver comprometimento grave da circulação, com risco de necrose tecidual“, acrescenta a especialista.
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Apesar dos riscos, a médica afirma que, em comparação, a trombose nas pernas apresenta maior risco global de embolia pulmonar. “Porque as veias dos membros inferiores têm calibre maior e maior carga trombótica. No entanto, no braço, o risco é especialmente relevante em pacientes com cateteres ou que realizam quimioterapia, pois o trombo pode estar próximo de vasos centrais, como a veia subclávia e a veia cava superior.”
Entenda como funciona o tratamento
Lamaita acrescenta que, geralmente, o tratamento se dá com o uso de anticoagulantes. “O tratamento padrão envolve anticoagulantes orais ou injetáveis por um período que geralmente varia de 3 a 6 meses, dependendo da causa, extensão e presença de fatores de risco.”
“Em casos específicos, pode-se indicar trombólise (uso de medicamentos para dissolver o coágulo) ou trombectomia (remoção mecânica). Além disso, é fundamental investigar a causa: no braço, muitas vezes a trombose está associada a cateteres, traumas diretos, compressão venosa por músculos ou ossos e, em atletas, a esforço repetitivo.”
“Nas pernas, a investigação costuma focar mais em fatores como varizes, insuficiência venosa crônica, imobilização prolongada e distúrbios de coagulação hereditários ou adquiridos“, completa a especialista sobre o quadro nos membros inferiores.
O impacto da trombose no Brasil
A trombose é considerada uma condição comum, atingindo uma em cada quatro pessoas no mundo, segundo a Fundatec. No Brasil, o quadro causa mais de 165 internações diárias no Sistema Único de Saúde (SUS), com um total de mais de 489 mil hospitalizações entre janeiro de 2012 e agosto de 2023, segundo dados do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV).
Fatores como sedentarismo, imobilidade prolongada, tabagismo e a Covid-19, mesmo em formas assintomáticas, são associados ao aumento da doença –que é a terceira causa mais frequente de morte por doença cardiovascular, atrás do enfarte e do acidente vascular cerebral (AVC).