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Campos do Jordão (SP) deve cobrar taxa de entrada de turistas

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Campos do Jordão, um dos destinos mais visitados do interior paulista, está prestes a implementar uma medida que pode mudar a dinâmica de entrada de turistas na cidade. A prefeitura enviou à Câmara Municipal um projeto de lei complementar que prevê a cobrança de uma taxa ambiental para veículos licenciados fora do município.

A proposta já foi aprovada em primeira votação e aguarda nova análise e sanção do prefeito Carlos Eduardo Pereira da Silva (Republicanos), autor da iniciativa.

Passeios no tradicional bondinho de Campos do Jordão devem estar no roteiro
Passeios no tradicional bondinho de Campos do Jordão devem estar no roteiro – Luís Felipe Rodrigues/Divulgação/ACE

A ideia é cobrar uma tarifa diária de entrada, com valores que variam conforme o tipo de veículo. Motos pagariam R$ 10, carros R$ 20, caminhonetes R$ 25,34, vans e micro-ônibus R$ 36,68, e ônibus R$ 53,36. A cobrança seria feita uma vez por dia, independentemente do tempo de permanência na cidade. Não haverá cobrança proporcional por hora ou fração de tempo.

Segundo a prefeitura, o objetivo é compensar os impactos ambientais causados pelo alto fluxo de visitantes, especialmente durante feriados e temporadas de inverno. A cidade, que já possui uma lei autorizando a cobrança desde 2019, nunca havia colocado a medida em prática. Agora, com o crescimento da demanda turística e os desafios de infraestrutura, a proposta volta à pauta com força.

De acordo com o projeto de lei, o valor arrecadado será destinado exclusivamente a ações ambientais, como gestão de resíduos sólidos, financiamento da coleta seletiva e apoio a cooperativas locais. A expectativa é que a taxa ajude a manter a cidade limpa e sustentável, sem comprometer sua vocação turística.

Quem paga e quem fica isento da taxa

A taxa será aplicada apenas a veículos licenciados fora de Campos do Jordão. Moradores de cidades vizinhas como Santo Antônio do Pinhal, São Bento do Sapucaí, Piranguçu, Brasópolis e Wenceslau Brás estarão isentos, assim como ambulâncias, veículos de transporte de pessoas com deficiência e prestadores de serviço com vínculo comprovado com empresas locais.

Veículos em trânsito rápido pela cidade, sem paradas, também não serão taxados. A ideia é evitar penalizar quem apenas cruza o município sem consumir seus recursos ou utilizar sua infraestrutura. O sistema de cobrança poderá ser operado pela própria prefeitura ou por meio de concessão a uma empresa especializada em monitoramento e fiscalização.

A proposta tem gerado discussões entre moradores, empresários e turistas. Enquanto alguns defendem a medida como necessária para preservar o meio ambiente e garantir a qualidade dos serviços públicos, outros temem que a taxa desestimule o turismo, especialmente entre visitantes que chegam em grupos ou por transporte coletivo.

O prefeito argumenta que o turismo traz benefícios econômicos, mas também pressiona os recursos naturais da cidade. “Essa movimentação de pessoas e fluxo de carros gera grandes volumes de resíduos sólidos, amplia a demanda por água e energia e aumenta o impacto na nossa infraestrutura urbana e ambiental”, afirmou.

Turismo em Campos do Jordão pode ganhar novo formato

Campos do Jordão é conhecida por sua arquitetura inspirada em vilarejos europeus, clima frio e paisagens naturais. A cidade atrai milhares de visitantes todos os anos, especialmente durante o inverno, quando a programação cultural e gastronômica se intensifica. A cobrança da taxa ambiental pode representar uma mudança significativa na forma como o turismo é praticado na região.

Empresários do setor turístico estão atentos à proposta. Alguns acreditam que, se bem aplicada, a taxa pode contribuir para a melhoria da infraestrutura e da experiência dos visitantes. Outros temem que o custo adicional afaste turistas, especialmente os que viajam em veículos maiores, como ônibus e vans, que terão tarifas mais elevadas.

A medida também levanta questões sobre inclusão e acessibilidade. Para muitos turistas, especialmente os que vêm de longe ou em grupos familiares, o carro é a única forma viável de chegar à cidade. A cobrança diária pode pesar no orçamento e influenciar a escolha do destino.

Por outro lado, especialistas em turismo sustentável apontam que taxas ambientais são comuns em destinos internacionais e podem ser bem recebidas se forem transparentes e revertidas em melhorias visíveis. Destinos como como Ubatuba(SP), Caldas Novas (GO), Bombinhas (SC) e Fernando de Noronha (PE) já adotam modelos semelhantes.



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