Música
‘Meu laço com tick, tick… BOOM! agora é vitalício’, afirma Luiza Lewicki

tick, tick… BOOM! conta a história de Jon, um jovem compositor nos anos 1990, com a ambição de criar o maior musical daquela década. Escrita por Jonathan Larson, a produção é inspirada pelos próprios anseios do autor, responsável por Rent, que faleceu antes de testemunhar que, de fato, havia criado um dos maiores musicais dos anos 1990.
Atemporal, a obra conversa com aqueles que ainda ousam sonhar, como aconteceu com Lin-Manuel Miranda, autor dos musicais Hamiltone Em um Bairro de Nova York, que levou tick, tick… BOOM! para os cinemas em 2021, com Andrew Garfield (Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa) — outro amante do teatro — no papel de Jon.
Quatro anos depois, um grupo de jovens atores do Rio de Janeiro decidiu apostar no poder inspirador de Larson para montar uma nova versão da peça e, mais de um ano após plantar a ideia, ela começa a dar frutos: estrelada por Matheus Boa, Camille Dutra, Pedro Balu e Diego Montez, e sob a direção de Luiza Lewicki, Julia Varga e Marcela Pires, tick, tick… BOOM! se aproxima do fim de sua primeira temporada no Teatro Solar de Botafogo, na zona sul carioca, com sessões esgotadas e, especialmente, a aprovação em massa do público.
Diretora por acaso
Inicialmente, Luiza Lewicki se juntou à peça como substituta para Susan, a namorada de Jon, interpretada por Camille Dutra. No entanto, cerca de um mês e meio antes de tick, tick… BOOM! chegar aos palcos, no início de agosto, o diretor deixou a peça e eles precisaram recomeçar do zero:
“Tinha que ser uma escolha rápida, de um custo-benefício que traria qualidade e tempo, e me pediram para assumir a direção. E eu acabei assumindo. E convidei as diretoras de movimento, que são a Julia e a Marcela, para assinarem a direção comigo também”, conta Luiza em entrevista à Rolling Stone Brasil.
“tick, tick… BOOM! é uma peça que não dava para ser construída pedaço a pedaço, como um monstro de Frankenstein. Construía um número e, na sequência, eu vinha e construía uma cena e, então, elas vinham e construíam um número. Não, é uma coisa só. A gente viu que, para construir a peça, tinha que ser em conjunto”, justifica.
A mudança repentina, é claro, forçou as diretoras a trabalharem intensamente na nova versão da peça, já que o antigo diretor proibiu a utilização de qualquer ideia sua: “A gente não aguentava mais se ver”, brinca Luiza.
O esforço, no entanto, era para manter a veracidade da peça e garantir que ela funcionaria com os espectadores: “tick, tick… BOOM! é uma peça muito verdadeira e a gente queria respeitar isso, para o público conseguir se conectar”, conta. Nesse aspecto, a colaboração dos atores foi fundamental:
“A gente montava quase que em conjunto, porque a gente trazia o esqueleto e os atores entravam com o conteúdo. O que ficava melhor, o que ficava mais bonito, mais sincero. Porque é o que faz sentido, emocional e corporalmente”, explica.
Fundamental também foi o voto de confiança que toda a equipe deu a ela e às suas colegas na missão: “Em nenhum momento, nos julgaram ou foram contra uma decisão nossa, não deram voz para a gente. O tempo inteiro, eles foram acolhedores, botaram força na gente. Perguntavam o que a gente preferia, o que a gente queria. Nunca trataram a gente diferente de como tratariam um diretor de anos. E isso foi muito especial.”
Confiança inabalável
Mesmo com os contratempos, Luiza afirma que, desde o princípio, sempre acreditou muito no projeto e sabia que tick, tick… BOOM! ia dar certo: “A gente queria muito que esse musical acontecesse. A gente queria muito que desse certo, porque nós somos um grande grupo de amigos há anos. Eu fico até emocionada, porque os meus melhores amigos estão nesse projeto”, conta.
“Todos nós somos atores e artistas que estamos, desde sempre, querendo furar uma bolha que é muito difícil de furar. E aí a gente se depara com o tick, tick… BOOM!, que é uma história sobre escolhas, sobre correr atrás e a gente decide montar uma peça do zero. Se as grandes produtoras não aceitam, vamos fazer sucesso pelo nosso”, completa a artista.
E a sua confiança acabou se justificando: “Já são anos fazendo teatro e, uma semana antes da estreia, é sempre uma loucura. O equipamento de som não chega, o equipamento de luz não chega, a banda não chega, atrasa tudo… E é impressionante como, em tick, tick… BOOM!, deu tudo certo. A gente conseguiu fazer um cronograma com folga. [O deus do teatro] Dionísio está com a gente, galera”, brinca.
“Meu laço com tick, tick… BOOM! agora é vitalício”
Para Luiza Lewicki, que se deparou com a obra de Jonathan Larson através de Rent, como tantos outros artistas e fãs do teatro, a sua história agora está eternamente ligada à do artista: “tick, tick… BOOM! é sobre uma corrida contra o tempo que, principalmente, nós artistas, e a nossa geração, vive. Essa pressão de ser bem-sucedido antes dos 30, antes de uma certa idade”, pontua.
“É sobre escolhas, é sobre sonhos. Então, fazer essa peça, que tem esse recado, e ser a minha primeira assinatura como diretora, e fazer tudo isso, uma coisa muito legal, de forma independente, é muito importante. Meu laço com tick, tick… BOOM!agora é vitalício. Marcou a minha história”, completa a artista.
SERVIÇO — tick, tick… BOOM!:
- Temporada: Até 30 de agosto
- Local: Teatro Solar de Botafogo
- Endereço: Rua General Polidoro, 180 — Botafogo — Rio de Janeiro/RJ
- Dias e horários: Quartas, quintas, sextas às 20h, e sábado (30) às 20h
- Duração: 100 min.
- Classificação: 14 anos
- Ingressos: De R$ 50 (meia entrada) a R$ 100 (inteira)
- Vendas:Sympla
FICHA TÉCNICA:
- Elenco: Diego Montez, Pedro Balu, Camille Dutra e Matheus Boa
- Direção Artística: Luiza Lewicki, Julia Varga e Marcela Pires.
- Direção Musical: Caio Loureiro
- Direção de Movimento: 53 produções
- Cenografia: Pugli
- Ass. de Direção: João Ferreira
- Design de Som: Guilherme Benna
- Produção: Play It Produções
- Produção Executiva: Flávio Boa
- Direção de Produção: Gabriel Barbosa
- Ass. de Produção: Layla Santos
- Design e Identidade Visual: Beatriz Monken e Daniel Lima
- Assessoria de imprensa: MercadoCom (Ribamar Filho e João Agner)
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