Celebridade
‘Falsa sensação de ser inofensivo’

Vitória Strada desabafou sobre um vício que enfrentou; em entrevista à CARAS Brasil, a Dra. Maria Cecília Maiorano aponta quais os impactos na saúde
Durante sua participação no BBB 25, Vitória Strada (28) surpreendeu ao revelar que já enfrentou o vício em cigarro eletrônico. Ela disse que sofreu para largar o consumo da substância. “Eu achava que era só um hábito bobo, mas quando tentei parar, percebi que estava muito mais dependente do que imaginava. Foi mais difícil do que qualquer outra coisa que já enfrentei”, disse.
A atriz global explicou que o vício em nicotina começou após ela ser apresentada ao cigarro eletrônico, popularmente conhecido como vape. “Eu nunca fumei na vida, viciei naquela merda de cigarro eletrônico. Aí, vi o quanto eu estava viciada em nicotina. Aí, aqui dentro, tive que pedir cigarro”, contou no mês de janeiro, durante participação no BBB 25.
O que diz a médica especialista?
Para entender mais sobre o assunto, a CARAS Brasil entrevista à Dra. Maria Cecília Maiorano, médica Pneumologista com residência médica em Clínica Médica na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e residência Médica em Pneumologia Universidade de São Paulo (USP). A profissional da saúde explica.
A Dra. Maria Cecília aponta que o cigarro eletrônico é um dispositivo que aquece um líquido e produz um aerossol para ser inalado. Esse líquido geralmente contém nicotina, aromatizantes e outras substâncias químicas. Ele foi criado como uma alternativa ao cigarro tradicional, mas tem muitos riscos à saúde.
É uma alternativa mais ‘saudável’?
Quando o cigarro eletrônico se popularizou começou uma discussão se ele apresentava menos riscos à saude do que o cigarro convencional, mas a Dra. Maria Cecília, médica pneumologista, reforça que os dois apresentam riscos para o pulmão e podem causar dependência.
“Ambos fazem mal, mas de formas diferentes. O cigarro tradicional tem centenas de substâncias cancerígenas conhecidas. Já o cigarro eletrônico não tem todas essas, mas carrega outros compostos prejudiciais. O vape possui em sua composição substâncias potencialmente cancerígenas, além de metais, que quando aquecidos causam dano aos pulmões. Um aspecto preocupante é que muitos jovens são atraídos pelo marketing e pelos sabores adocicados e cores vibrantes. Ou seja: nenhum deles é seguro, e o eletrônico pode até ser mais perigoso porque dá uma falsa sensação de ser inofensivo”, alerta.
Dados que chamam a atenção
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a projeção feita em 2012 indicava que, até 2030, o número de novos casos de câncer por ano chegaria a 20 milhões. No entanto, essa marca já foi atingida em 2022. Por isso, a Dra. Maria Cecília alerta para o uso do cigarro eletrônico.
“Contém nicotina, que causa dependência, e diversas substâncias químicas que irritam e inflamam os pulmões. Além disso, muitas dessas substâncias são tóxicas e podem aumentar o risco de doenças respiratórias, cardiovasculares e até câncer”, declara.
Qual o tratamento?
Segundo a pneumologista, para quem quer largar o vício do cigarro eletrônico, é importante o acompanhamento com um médico especialista, pois o tratamento envolve algumas técnicas porque parar sozinho é difícil. As opções são:
- Terapia comportamental (aconselhamento, grupos de apoio);
- Medicamentos (como adesivos de nicotina, gomas de mascar de nicotina e bupropiona, que ajudam a reduzir a fissura);
- Acompanhamento multiprofissional (médico pneumologista, médico psiquiatra e psicólogo).
“O mais importante é entender que existe tratamento eficaz, e quanto antes a pessoa parar, maiores são os benefícios para a saúde”, finaliza a médica pneumologista ao analisar relatos como da atriz Vitória Strada.
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