Celebridade
Renata Banhara recebe diagnóstico no climatério e especialista analisa doença: ‘Acaba piorando’

Em conversa com a CARAS Brasil, a especialista Heloise Manfrim explica como a doença inflamatória age e seus impactos na autoestima
Após viver alguns anos fora do Brasil, Renata Banhara está de volta e compartilhou um novo desafio pessoal: o diagnóstico de lipedema, doença inflamatória crônica que afeta especialmente as mulheres. Além disso, a apresentadora revelou que engordou 15 quilos e está atravessando o climatério, período marcado por intensas alterações hormonais.
Diante dos impactos físicos e emocionais, Renata decidiu iniciar um tratamento focado em reduzir a inflamação, emagrecer e recuperar energia, libido e autoestima. Para entender melhor a relação entre o climatério e o lipedema, a CARAS Brasil conversou com a cirurgiã plástica Heloise Manfrim, especialista no tema.
Lipedema e climatério: por que os sintomas podem piorar?
De acordo com a médica, o lipedema tem origem genética, mas precisa de gatilhos para se manifestar: “Na verdade, o lipedema tem um fundo genético. Só que, para que ele apareça, se desenvolva ou piore, precisa passar por alguns gatilhos. Um dos mais reconhecidos atualmente são os gatilhos hormonais, que estão relacionados às fases de desequilíbrio hormonal. E, na mulher, nós temos basicamente três: quando ela menstrua, quando engravida e, por fim, quando entra no climatério, na menopausa”, explica a cirurgiã.
“Existe uma alteração, um desequilíbrio tão grande de hormônio que pode fazer com que o lipedema tenha sua progressão. Então, ele pode, sim, piorar“, acrescenta.
Segundo a especialista, cerca de 3% das pacientes desenvolvem lipedema na menopausa, mas muitas observam piora nesse período. “Aproximadamente 3% das pacientes desenvolvem lipedema na menopausa, mas muitas acabam piorando nesse momento, observando a piora da celulite, da dor, do cansaço e do aspecto da pele“, detalha.
Como diferenciar lipedema de obesidade ou retenção de líquidos?
O diagnóstico precoce é essencial. Segundo a cirurgiã, os sintomas podem ser confundidos, mas existem sinais característicos:
“O lipedema é muito confundido, porque realmente se parece com obesidade ou com a celulite decorrente de maus hábitos de vida. O melhor momento para procurar diagnóstico é o mais precoce possível“, orienta.
“Quando identificamos uma jovem com corpo escultural, cintura fina, quadril largo, mas com desproporção de gordura nas pernas em relação ao tronco, isso já pode ser um sinal. Principalmente aquela celulite resistente, que não melhora com hábitos de perda de peso, os hematomas que aparecem do nada, sem impacto, e a dor local”, explica a cirurgiã.
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Essa dor, segundo ela, é um marcador importante: “É uma dor na gordura que chamamos de alodínica, porque acontece em momentos que normalmente não causariam dor. Um simples toque, uma pressão ou até cruzar as pernas pode gerar dor. Isso já deve levantar a curiosidade de procurar um especialista para diagnóstico.”
E reforça: “A gente sempre fala que conhecimento salva. Quanto antes diagnosticar, melhor tratamos, conseguimos evitar progressão e, muitas vezes, até regredir o grau de fibrose.”
Impactos do lipedema na autoestima durante a menopausa
O climatério já traz sintomas desafiadores como ganho de peso, insônia e queda da libido. Quando o lipedema se soma a essas mudanças, a autoestima da mulher pode ser ainda mais abalada.
“No caso da menopausa, o lipedema não intensifica os sintomas do climatério, mas contribui para a baixa autoestima que muitas mulheres desenvolvem nesse período”, afirma a especialista.
“Se não for cuidado adequadamente, muitas acabam usando antidepressivos, acreditando que vivem um momento de depressão, quando, na verdade, há um impacto estético e físico do lipedema”, acrescenta.
Ela completa: “A mulher já chega a essa fase com baixa libido, ressecamento, mudanças na pele e na forma corporal. Quando se olha no espelho e não se reconhece mais, somado ao surgimento de celulite, dor local e mudanças no corpo, isso pode abalar muito emocionalmente.”