Celebridade
Designer transcende a moda para tecer uma narrativa filosófica sobre o amor

Destaque na coluna Moda da Revista CARAS, designer promove surrealismo que transcende as peças de roupas em si. Moda ganha ar de poesia requintada!
Em sua coleção de alta-costura da temporada Fall 2025, Rahul Mishra (45) transcendeu a moda para tecer uma narrativa filosófica sobre o amor, inspirada no sufismo e na arte.
“Eu explorei o amor como conceito universal, atravessando literatura, pintura e espiritualidade”, explicou o estilista, referindo-se aos 7 estágios do sentimento na tradição sufista: atração, encantamento, entrega, reverência, devoção, êxtase e, num paradoxo poético, a morte, que aqui simboliza não o fim, mas a transformação sublime.
A coleção materializou essa jornada com as peças que equilibravam o artesanato ancestral indiano que o designer traz para o seu trabalho e contemporaneidade. O vestido de abertura, em dourado e formato de coração, dialogava com o traje de fechamento do desfile, preto e semelhante na silhueta, como metáfora do ciclo amoroso que foi explorado na coleção.
As flores de lótus brotavam de estruturas metálicas, transformando modelos em jardins ambulantes, enquanto bordados minuciosos criavam tapetes florais sobre tecidos fluidos, uma alusão às “memórias que o amor cultiva”, nas palavras de Mishra.
Pérolas brancas e referências ao pintor Gustav Klimt (1862- 1918), com telas douradas e figuras enigmáticas, acrescentaram camadas de significado: “Como Klimt, quis capturar a atração e o mistério que habitam o amor”, refletiu.
A parceria inédita com o chapeleiro britânico Stephen Jones (68) trouxe turbantes de tule, cuja leveza ecoava a ideia de eternidade presente no discurso do designer. Mishra confirmou seu lugar como contador de histórias. Suas criações não se vestem, apenas. São experiências poéticas.
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