O motivo da briga entre Tim Maia e Raul Seixas, segundo Hyldon

Tim Maia de um lado; Raul Seixas, do outro. Uma briga de gigantes da música brasileira, presenciada por outro grande artista nacional: Hyldon. Este não teve o mesmo reconhecimento popular dos dois citados, mas que também compôs grandes sucessos, como “Na Rua, na Chuva, na Fazenda (Casinha de Sapê)” e “As Dores do Mundo”.

Em entrevista a Clemente Magalhães, do canal Corredor 5 (via Whiplash), ele relatou que, de fato, Tim e Raul não eram amigos. Certa vez, precisou intervir durante uma discussão acalorada entre os dois em sua casa, em São Conrado, no Rio de Janeiro.

De acordo com Hyldon, o grande entrevero entre Tim Maia e Raul Seixas se deu por conta de drogas. Não necessariamente no sentido de brigar pela posse de uma ou de outra, mas do ponto de vista da preferência de cada — Tim, adepto da maconha, e Raul, da cocaína.

Hyldon explica:

“Quase saíram na mão. O Tim falando alto, como sempre, defendendo a cannabis, e o Raul defendendo o pó. A briga era do branco contra o preto. Chegou um momento que tive que intervir, dei um chá para o Raul e falei: ‘Vai dormir, Raul!’.”

Hyldon também aproveitou o papo no canal Corredor 5 para alfinetar o jornalista musical, escritor e produtor Nelson Motta, autor do livro Tim Maia: Vale Tudo (2007). Segundo o músico, Motta se apropriou dessa história e a contou como se ele a tivesse presenciado.

Hyldon reclama:

“Ele narra como se fosse num apartamento em Copacabana e que ele estava lá naquele dia. Mas quem viveu isso fui eu.”

O que diz Nelson Motta

Na biografia que escreveu, Nelson Motta afirma que Tim Maia tentou “converter” Raul Seixas à Cultura Racional e que isso gerou a discussão que foi parar no debate sobre maconha e cocaína.

Segundo o autor, Tim teria dito a Raul:

“Tu toma cuidado, hein, magrelo. Nego cheira cocaína e fica logo com vontade de dar o c#, cocaína afrouxa o brioco, mermão!”

Tim Maia e Raul Seixas

Tim Maia faleceu em 15 de março de 1998, aos 55 anos, devido a falência múltipla de órgãos causada por uma série de problemas de saúde. Por sua vez, Raul Seixas morreu em 21 de agosto de 1989, aos 44 anos, em função de uma parada cardíaca provocada por uma pancreatite, também levada a ocorrer em função de condições pré-existentes.

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