Bactéria “carnívora” chega às praias e preocupa autoridades

Os Estados Unidos enfrentam um aumento expressivo nos casos de Vibrio vulnificus, bactéria conhecida como “carnívora”, capaz de provocar infecções graves e até a morte.

Neste verão, departamentos de saúde pública registraram níveis elevados da bactéria em pontos turísticos e praias públicas, como o Píer de Santa Mônica, levando ao fechamento de áreas de banho.

Bactéria carnívora Vibrio vulnificus cresce em praias dos EUA e acende alerta de saúde

“Há tendências crescentes [de vibrio] em todo o país e isso é algo que realmente nos preocupa”, afirmou à NBC News o professor associado de engenharia ambiental da Universidade da Flórida, Antarpreet Jutla, que pesquisa o avanço dessas bactérias.

O Vibrio vulnificus pode provocar fasceíte necrosante, infecção que destrói tecidos ao redor de feridas abertas. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), as bactérias se multiplicam mais rapidamente entre maio e outubro, quando a temperatura da água sobe.

Estima-se que ocorram cerca de 80 mil casos de vibrioses por ano nos EUA, sendo 52 mil relacionados ao consumo de alimentos contaminados, como ostras. Os sintomas incluem diarreia, cólicas, febre, vômitos e calafrios. Em contato com feridas, podem causar dor intensa, vermelhidão, inchaço e secreções.

Na Flórida, já foram confirmados 11 casos em 2024, quatro deles fatais. No ano anterior, estados como Nova Iorque e Connecticut também registraram mortes relacionadas ao vibrio. A Forbes destacou que, apenas em 2024, mais da metade das infecções na Flórida tiveram relação direta com o furacão Helene. O estado contabilizou 83 ocorrências.

Fatores climáticos, sobretudo o aquecimento global e a maior frequência de eventos extremos, como ondas de calor e furacões,  criam condições favoráveis para a proliferação da bactéria.

Um estudo publicado na Scientific Reports apontou que infecções por feridas de vibrio aumentaram oito vezes entre 1988 e 2018 e podem se expandir por toda a costa leste até 2081, caso se mantenham os cenários atuais de aquecimento.