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Médico alerta sobre sedação profunda de mulher com a ‘pior dor do mundo’: ‘Períodos de alívio’

Na última quinta-feira, 14, Carolina Arruda passou por uma sedação com cetamina após cinco cirurgias como uma tentativa de ‘reiniciar o cérebro’
Na última quinta-feira, 14, Carolina Arruda (28) foi submetida a uma sedação com cetamina. A jovem, conhecida por compartilhar sua rotina após o diagnóstico de neuralgia do trigêmeo, condição chamada de “a pior dor do mundo”, explicou que o processo foi realizado após cinco cirurgias, como uma tentativa de “reiniciar o cérebro”.
Em entrevista à CARAS Brasil, Dr. Sergio Jordy explica que a neuralgia do nervo trigêmeo é uma dor facial intensa, geralmente unilateral, em queimação, choque ou facada, causada por irritação ou disfunção do nervo. “Pode ser desencadeada por toques leves, falar, mastigar, escovar os dentes e até vento no rosto, por exemplo“, diz.
O neurologista reforça que o termo “reiniciar o cérebro” é mais uma metáfora clínica do que um termo técnico formal. “A cetamina é um anestésico dissociativo e modulador do receptor NMDA de glutamato. Em dor crônica refratária (incluindo alguns casos de neuralgia do trigêmeo), infusões controladas de cetamina podem reduzir a sensibilização central, um fenômeno em que o sistema nervoso fica ‘hiperexcitado’ e perpetua a dor“, destaca.
“A ideia é que, ao modular de forma intensa a transmissão de dor no cérebro e medula, a cetamina possa interromper circuitos de dor anormais, permitindo que a atividade neuronal retorne a um estado menos sensível. Isso não ‘apaga a memória’ nem ‘reseta’ o cérebro no sentido literal, mas pode modificar temporariamente o processamento da dor, levando a períodos de alívio”, acrescenta.
À CARAS Brasil, Dr. Sergio Jordy ainda aponta que, como em qualquer procedimento, há riscos imediatos ligados ao procedimento e também ao uso crônico da cetamina: “Aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, náusea, vômitos, alucinações ou alterações perceptivas (sensação de estar ‘fora do corpo’), ansiedade ou agitação“.
“Riscos em uso prolongado ou repetido, podendo levar a alterações cognitivas transitórias, potencial de abuso (em contextos não médicos), lesões de bexiga (em uso recreativo crônico), possível toxicidade hepática em doses cumulativas altas“, finaliza.
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