Priscilla Presley processada em US$ 50 milhões por sócios que ela acusou de abuso contra idosos

Um mês depois de um juiz da Flórida decidir que as acusações de abuso financeiro contra idosos feitas por Priscilla Presley em 2024 teriam prioridade sobre um processo relacionado de 2023, que a acusava de quebra de contrato, os ex-sócios que enfrentam Priscilla nos dois casos estão ampliando a disputa judicial.

Na segunda-feira, a comerciante de itens de memorabilia Brigitte Kruse e o investidor Kevin Fialko entraram com uma nova ação de US$ 50 milhões por fraude e quebra de contrato contra Presley, em Beverly Hills, que retoma muitas das mesmas alegações recentemente colocadas em segundo plano em Orlando. Mas a nova queixa não para por aí: ela também intensifica o conflito com a alegação chocante de que Priscilla teria acelerado a morte trágica de sua filha Lisa Marie Presley, em janeiro de 2023, para obter ganho financeiro. Além disso, adiciona Keya Morgan — ex-empresário de Stan Lee — como novo co-réu, ligado a acusações de que teria interferido nos contratos entre os sócios e Priscilla.

Em relação à acusação mais chocante, a ação anexa como prova a diretiva antecipada de cuidados médicos de Lisa Marie. No documento, Lisa Marie escreveu suas iniciais e dois pontos de exclamação ao lado da linha que dizia querer que sua vida fosse “prolongada o máximo possível, dentro dos limites dos padrões de saúde geralmente aceitos”. No novo processo, Kruse e Fialko alegam que Priscilla correu para o West Hills Hospital e assumiu o controle dos cuidados da filha quando Lisa Marie sofreu uma obstrução intestinal em janeiro de 2023, como complicação de uma cirurgia para perda de peso.

“Apesar da clara instrução de Lisa para ‘prolongar sua vida’, Priscilla desligou os aparelhos horas depois de Lisa ser internada, antes que sua neta Riley [Keough] conseguisse chegar ao hospital”, diz o processo. A acusação afirma ainda que Priscilla exigiu que Kruse divulgasse um comunicado à imprensa anunciando a morte. Segundo a queixa, “Priscilla sabia que a morte de Lisa eliminava a ameaça de seus esforços para removê-la como única administradora do fundo irrevogável de seguro de vida de Lisa, e que Priscilla queria, em última instância, controlar o Promenade Trust e Graceland”.

Em uma longa declaração enviada à Rolling Stone, o advogado de Priscilla, Marty Singer, criticou o novo processo como “uma das ações mais vergonhosas, ridículas, sensacionalistas e sem mérito que já vi em minha carreira”.

“Acusar uma mãe enlutada de contribuir para a morte da filha não é uma estratégia jurídica inteligente; é um assassinato de reputação malicioso e deveria ser amplamente condenado. Essas alegações fabricadas não têm absolutamente nenhuma validade e estamos confiantes de que o caso será arquivado”, escreveu Singer. Ele ainda classificou a ação como “uma tentativa triste e cruel de manchar falsamente a reputação de uma mulher de 80 anos, em retaliação descarada por ela mover um processo para reparar a conduta ilícita de Brigitte Kruse, Kevin Fialko e seus co-conspiradores”.

Conforme o processo na Flórida e com a nova ação apresentada no condado de Los Angeles, Kruse e Fialko afirmam que, após a morte de Lisa Marie, a sorte de Priscilla mudou e ela abandonou uma série de empresas que haviam formado para explorar seu nome, imagem e semelhança. Eles alegam que investiram pesadamente para tirar Priscilla da beira da insolvência e, depois, foram deixados de lado, em violação aos acordos.

Como a Rolling Stone noticiou anteriormente, poucas semanas após a morte de Lisa Marie, Priscilla contestou uma emenda de 2016 ao Promenade Trust de sua filha, que a removia como administradora e a substituía por Keough. A mudança fez com que Priscilla perdesse influência sobre os bens da filha, incluindo a mansão Graceland, seus arquivos e os 15% de participação de Lisa Marie na Elvis Presley Enterprises, empresa que detém e administra o nome, imagem e semelhança de Elvis. Priscilla queria que o tribunal declarasse a emenda “inválida”.

Com uma guerra judicial iminente, Keough chegou a um acordo generoso com a avó em poucos meses. Pelo trato, Priscilla recebeu um pagamento único de US$ 1 milhão, retirado diretamente dos US$ 25 milhões da apólice de seguro de vida de Lisa Marie. Keough também concordou em pagar US$ 50 mil para que Priscilla renunciasse como co-administradora do fundo irrevogável cujo único ativo era a apólice de seguro de vida. Além disso, Priscilla recebeu um salário anual de US$ 100 mil, por 10 anos, pelo novo papel de “conselheira especial” do Promenade Trust.

Cinco meses após chegar a um acordo com Keough, Priscilla foi alvo do primeiro processo por quebra de contrato relacionado à parceria com Kruse e Fialko. A autora, atriz e ex-esposa de Elvis rapidamente tentou arquivar a ação. Então, no verão passado, ela apresentou suas explosivas acusações de abuso financeiro contra idosos.

Na queixa de julho de 2024, Priscilla alegou que Kruse e Fialko “a manipularam e fraudaram”, tirando dela mais de US$ 1 milhão. Segundo ela, a dupla teria colocado um “estrangulamento” em suas finanças por meio de contratos que deram a Kruse uma participação controladora de 51% em sua propriedade intelectual, em caráter perpétuo. Ela disse ainda que outro empreendimento relacionado lhe concedeu apenas 20% de participação. Priscilla e seus advogados classificaram os acordos como “ultrajantes” e “inaceitáveis” demais para serem aplicáveis.

Na decisão de 9 de julho que suspendeu o litígio na Flórida em favor do processo de abuso contra idosos movido por Priscilla, o juiz de Orlando afirmou que colocaria o caso de quebra de contrato “em espera” porque não fazia sentido “aplicar direitos previstos em contratos” quando a “validade” desses contratos ainda estava “claramente em disputa no caso da Califórnia”. Essa decisão abriu caminho para que Kruse e Fialko apresentassem suas reivindicações na Costa Oeste.

“Meus clientes estão muito determinados a chegar ao mérito do caso. Eles querem que a verdade venha à tona e serem inocentados”, disse à Rolling Stone o advogado de Kruse e Fialko, Jordan Matthews. “Eles querem o dia deles no tribunal.”

Enquanto Priscilla sustenta que foi enganada para assinar os contratos comerciais com Kruse e Fialko, os ex-sócios afirmam que ela entendeu tudo. Um vídeo obtido pela Rolling Stone mostra Priscilla assinando os contratos na casa de Kruse, com um advogado presente.

Em uma declaração enviada à Rolling Stone na noite de quarta-feira, Morgan defendeu seu trabalho com Priscilla. “Conheço Priscilla Presley e sua família há muitos anos, e ela tem um coração de ouro, é um ser humano incrível e uma verdadeira lenda e ícone americano [que] deveria ser protegido”, escreveu. “Infelizmente, li muitas mentiras maliciosas recentemente que não são verdadeiras, e a verdade, no fim, prevalecerá.”

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