Moda
Fazer a mala virou ritual para milhões de brasileiros, aponta pesquisa
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Para muitos brasileiros, a viagem começa muito antes do embarque. Começa no quarto, diante da mala aberta, onde cada peça de roupa, acessório e item de higiene é escolhido com cuidado.
Segundo uma pesquisa da Booking.com realizada em maio e junho, 36% dos brasileiros consideram esse momento um verdadeiro ritual —não apenas uma tarefa prática, mas uma parte emocional e simbólica do planejamento da viagem.
Esse comportamento revela uma relação afetiva com o ato de viajar. Há quem monte listas detalhadas, teste combinações de looks, revise cada item e ainda reserve espaço para as lembranças da volta. A arrumação da mala se transforma em uma espécie de ensaio para a jornada, onde cada escolha carrega expectativas e sonhos.
A pesquisa, realizada com mais de 4.000 entrevistados da América Latina, mostra que esse comportamento é especialmente comum entre mulheres (36%) e pessoas entre 35 e 54 anos (38%). Para 23% dos brasileiros, planejar uma viagem exige o mesmo nível de atenção que um grande evento, como um casamento. Tudo é pensado nos mínimos detalhes — do roteiro à hospedagem, passando, claro, pela mala.
Mas nem todo mundo segue esse script. Cerca de 9% dos brasileiros arrumam a mala sem qualquer planejamento, especialmente os jovens de 18 a 24 anos. Para eles, o inesperado é parte da aventura. E, curiosamente, 14% afirmam que os melhores momentos de viagens passadas foram justamente os não planejados —encontros inusitados, paisagens descobertas por acaso, experiências que simplesmente aconteceram.
Perfis de viajantes e suas malas
A pesquisa da Booking.com também identificou perfis distintos entre os viajantes. Um em cada quatro brasileiros (25%) se considera “precavido de carteirinha”: são aqueles que levam de tudo um pouco, de capa de chuva a kit de costura, prontos para qualquer imprevisto. Esse perfil é mais comum entre mulheres (27%) e pessoas com 65 anos ou mais (29%).
Por outro lado, 27% dos entrevistados escolhem seus destinos com base em desejos específicos —uma trilha, uma praia, uma cidade dos sonhos. Para eles, o planejamento é guiado pela emoção, e a mala reflete esse espírito livre. Já 32% só decidem para onde vão depois de uma pesquisa criteriosa, reforçando o papel da organização como parte da experiência.
E quando a viagem termina, o ciclo recomeça. Para 18% dos brasileiros, o retorno não marca o fim, mas o início da próxima aventura. A mala, então, volta a ser protagonista — agora com novos aprendizados e expectativas. Porque para o brasileiro, mais do que chegar a um destino, viajar é estar sempre em movimento.
Esse cuidado com a bagagem também revela uma mentalidade mais ampla: o desejo de viver experiências completas, bem planejadas e memoráveis. E a mala, nesse contexto, é mais do que um acessório —é uma extensão da viagem.
O inesperado também tem lugar
Apesar de toda a organização, o imprevisto continua sendo parte essencial da jornada. Para 14% dos brasileiros, os melhores momentos de viagens passadas foram justamente os não planejados. Um encontro inesperado, uma paisagem descoberta por acaso, uma experiência que simplesmente aconteceu —esses são os momentos que ficam na memória.
Esse encanto do imprevisto também conquista quem tem 65 anos ou mais (12%), mostrando que a abertura ao novo não tem idade. Mesmo entre os mais organizados, há espaço para a surpresa, para o desvio de rota, para o improviso que transforma uma viagem comum em algo extraordinário.
A pesquisa da Booking.com reforça que não existe uma única forma de viajar e, portanto, não existe uma única forma de fazer a mala. Cada viajante carrega suas preferências, seus medos, seus desejos. E é justamente essa diversidade que torna o ato de viajar tão fascinante.
Seja você do tipo que planeja tudo ou do tipo que joga tudo na mochila em cinco minutos, o importante é que a mala reflita quem você é e o que você espera da viagem.
Como fazer a mala com estratégia
Se você está entre os que tratam a mala como ritual, vale seguir algumas dicas para tornar esse processo mais eficiente e prazeroso. O primeiro passo é pensar no destino e na duração da viagem. Isso ajuda a definir o tipo de roupa, calçado e acessórios necessários. Para destinos com clima instável, incluir peças versáteis e camadas é essencial.
Outra dica é montar uma checklist com antecedência. Isso evita esquecimentos e ajuda a visualizar o que realmente será usado. Itens como adaptadores de tomada, medicamentos, documentos e carregadores costumam ser esquecidos —e fazem falta. Para quem viaja com frequência, manter uma “mala base” com itens essenciais pode facilitar muito.
A organização interna também faz diferença. Usar nécessaires e sacos organizadores ajuda a separar categorias e otimizar espaço. Roupas enroladas ocupam menos volume e amassam menos. E não se esqueça de deixar espaço para compras e lembranças: uma mala muito cheia na ida pode virar dor de cabeça na volta.
Por fim, pense na segurança. Identifique sua bagagem com etiquetas internas e externas, fotografe antes do embarque e evite despachar objetos de valor. Se for viajar de avião, especialmente com companhias como a Latam, aproveite os recursos de rastreamento de bagagem disponíveis no aplicativo da empresa.