Moda
substância tóxica encontrada nas chuvas
/catracalivre.com.br/wp-content/uploads/2025/08/nova-ameaca-invisivel-substancia-toxica-encontrada-nas-chuvas.png?ssl=1)
Por muito tempo, a chuva ácida foi considerada um dos maiores alertas ambientais causados pela ação humana. Resultado da queima de combustíveis fósseis, ela danificava florestas, corroía monumentos e comprometia ecossistemas inteiros.
Graças a tecnologias mais limpas e à criação de políticas ambientais, esse problema foi parcialmente controlado em diversas regiões. No entanto, uma nova forma de poluição, quase imperceptível, tem surgido nas chuvas ao redor do mundo — e pode ser ainda mais difícil de combater.
Ácido trifluoroacético: Entenda essa nova ameaça presente nas chuvas
Trata-se do ácido trifluoroacético, ou TFA, um subproduto gerado a partir da decomposição atmosférica dos HFOs, os hidrofluorolefinas. Esses compostos foram desenvolvidos para substituir os antigos gases que prejudicavam a camada de ozônio, como os CFCs.
Embora menos danosos ao ozônio, os HFOs trouxeram uma consequência inesperada: a formação do TFA, um ácido pertencente à família dos PFAS — também conhecidos como “químicos eternos”, por resistirem à degradação natural.
O TFA é altamente solúvel em água e tem sido detectado em precipitações na Europa, Ásia e outras partes do globo. Uma vez presente na chuva, ele penetra no solo, contamina ambientes aquáticos e pode chegar até reservatórios de água potável.
Embora não apresente uma toxicidade imediata em baixas concentrações, o perigo está no acúmulo gradual, já que os métodos convencionais de tratamento de água e processos naturais não são eficazes na remoção desse composto.
Pesquisadores alertam que espécies aquáticas mais sensíveis já podem estar sendo afetadas. E, com o tempo, o TFA pode alcançar a cadeia alimentar, representando um risco também para os seres humanos.
Apesar da preocupação crescente, não há ainda uma legislação clara sobre o monitoramento e regulação do TFA. Cientistas pedem urgência em estabelecer normas, antes que os efeitos do acúmulo silencioso se tornem mais evidentes.
Assim como no caso da chuva ácida, o mundo precisa agir antes que a ameaça se torne visível demais para ser ignorada.