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Após decisão de Sarah Andrade, médica fala sobre riscos e cuidados: ‘Propenso à quebra’

Tricologista analisa impacto da transição capilar e explica como proteger os fios durante a mudança de textura após mudança de Sarah Andrade
A ex-BBB Sarah Andrade (34) comoveu os fãs ao anunciar, nas redes sociais, que está passando pela transição capilar. Depois de 18 anos alisando os fios, ela decidiu parar com a química e deixar seus cachos naturais crescerem. “Hoje escolhi me reencontrar com ele, comigo, com a minha raiz e com a mulher que eu sempre fui… voltar para casa e para minha essência”, escreveu.
Para disfarçar a diferença de texturas enquanto o cabelo cresce, Sarah recorreu ao uso de alongamento com fios cacheados loiros, que reproduzem o visual que ela pretende alcançar futuramente.
Mas, além da mudança de visual e do reencontro com a identidade, a transição capilar exige atenção redobrada à saúde dos fios e do couro cabeludo, como explica a médica tricologista Dra. Márcia San Juan Dertkigil, especialista em diagnóstico e tratamento capilar, em entrevista à CARAS Brasil. “A transição é segura, mas precisa ser acompanhada de cuidados específicos”, orienta a tricologista.
Segundo a especialista, interromper o uso de químicas alisantes é, sim, um passo positivo para a saúde dos fios, mas o processo exige planejamento e acompanhamento.
“Após anos de alisamentos, o fio costuma estar fragilizado, mais poroso, com tendência à quebra. Durante a transição, o cabelo apresenta duas texturas, e isso demanda um cuidado maior para evitar quebras na linha de demarcação entre a parte alisada e a nova raiz natural”, explica a médica.
A orientação da Dra. Márcia é clara: antes de iniciar a transição, é importante avaliar a saúde do couro cabeludo e da haste capilar. “Recomendo uma consulta com tricologista para entender o estado real do fio. Muitas vezes, indicamos tratamentos fortalecedores antes mesmo de interromper a química, para que os fios tenham estrutura para suportar essa mudança”, afirma.
Para quem está passando ou pensa em iniciar a transição capilar, Dra. Márcia lista alguns pontos cruciais:
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Hidratação frequente: ajuda a equilibrar a elasticidade dos fios, especialmente os que já passaram por químicas.
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Evitar fontes de calor excessivo: como chapinha e babyliss, que podem enfraquecer ainda mais o fio já fragilizado.
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Uso de produtos adequados para cabelos com duas texturas: como finalizadores mais densos para alinhar a parte alisada e cremes nutritivos para estimular a formação de cachos na raiz.
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Corte periódico das pontas alisadas: para fortalecer a parte natural e facilitar o processo.
“A quebra é um dos principais desafios da transição. Por isso, produtos com proteínas reconstrutoras e óleos vegetais ajudam a manter o fio mais íntegro”, destaca a médica.
No caso da Ex-BBB, a escolha foi por manter a coloração loira e usar extensões cacheadas. Para a tricologista, isso pode ser feito, desde que com cautela: “O uso de alongamentos pode dar segurança visual e ajudar no processo de adaptação, mas é fundamental que sejam aplicados corretamente e não sobrecarreguem a raiz. A tração contínua pode levar a quadros de queda, como alopecia por tração.”
Ela reforça ainda que o couro cabeludo precisa estar saudável para sustentar a nova fase: limpo, sem descamação, oleosidade excessiva ou inflamações. “A transição é uma fase delicada, mas pode ser extremamente benéfica se bem conduzida. É uma oportunidade de restaurar a saúde capilar e se reconectar com a própria identidade, com segurança e consciência”, conclui.