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OMS reconhece solidão como ameaça global e amizade como cuidado

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu oficialmente a solidão como uma ameaça global à saúde pública. Em um mundo cada vez mais conectado digitalmente, mas emocionalmente desconectado, o alerta reforça o impacto real e profundo que a ausência de vínculos sociais pode causar no corpo e na mente.
Segundo a entidade, a solidão crônica está associada ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, depressão, ansiedade, declínio cognitivo e até morte precoce. Segundo o relatório da OMS, estar só está associado a cerca de 100 mortes a cada hora – mais de 871 mil mortes todos os anos. Os efeitos do isolamento social, segundo dados recentes, são comparáveis aos riscos de fumar 15 cigarros por dia.
A OMS define conexão social como maneiras pelas quais as pessoas se relacionam e interagem entre si. Já a solidão é descrita como sentimento doloroso que surge da lacuna entre as conexões sociais desejadas e as reais, enquanto o isolamento social se refere à falta objetiva de conexões sociais suficientes e, neste caso, em nada se relaciona à prática preventiva recomendada durante a pandemia da covid-19.
A amizade como ato de cuidado e proteção
Em contrapartida à ameaça da solidão, a OMS propõe um antídoto simples, mas poderoso: amizade. Reforçar vínculos sociais, cultivar relações de afeto e pertencimento é mais do que prazeroso, é terapêutico.
A entidade ressalta que a amizade é uma forma essencial de cuidado, com poder preventivo e restaurador. Ter com quem conversar, compartilhar alegrias e dificuldades, ou simplesmente dividir o silêncio, pode fortalecer a saúde mental, melhorar a autoestima e até ajudar na recuperação de doenças físicas.
Criando redes de conexão: responsabilidade coletiva
Para combater os efeitos da solidão em escala global, a OMS lançou uma Comissão para Conexão Social, reunindo líderes, especialistas e organizações ao redor do mundo. A proposta é criar políticas públicas e estratégias sociais que promovam a reconexão entre indivíduos e comunidades.
Entre as ações sugeridas estão:
- Incentivar o convívio intergeracional e comunitário
- Estimular a criação de espaços públicos de encontro
- Integrar o combate à solidão nas políticas de saúde e educação
- Valorizar ações simples de conexão no dia a dia, como ouvir, acolher e estar presente
Solidão não é fraqueza, é um sinal de que precisamos uns dos outros
Admitir que se sente sozinho ainda é um tabu, mas é preciso compreender que solidão não é sinônimo de fracasso social ou pessoal. É um chamado do corpo e da mente para restaurar conexões que fazem parte da essência humana.
A mensagem da OMS é clara: enfrentar a solidão exige esforço coletivo, empatia e mudança cultural. E a amizade, longe de ser um luxo, é uma ferramenta de cuidado vital em tempos desafiadores.
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