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Tarifa de Trump vai aumentar ou reduzir o preço dos alimentos no Brasil?

A decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos agrícolas do Brasil pode provocar mudanças significativas no mercado interno. Com a medida prevista para entrar em vigor em 6 de agosto, espera-se que produtos anteriormente destinados aos EUA inundem o mercado brasileiro.
Essa situação pode resultar em uma redução nos preços de alimentos como carne, café e tilápia, à medida que a produção seja redirecionada para o mercado interno.
No entanto, o cenário pode ser mais complexo do que aparenta à primeira vista. Se por um lado o consumidor brasileiro pode se beneficiar de preços reduzidos inicialmente, a diminuição dos abates e a incapacidade de encontrar novos mercados internacionais para esses produtos podem impactar a oferta futura.
Essa dinâmica pode resultar em uma elevação dos preços novamente, caso as condições não sejam ajustadas rapidamente.
No caso específico da carne, a medida pode iniciar com uma oferta mais robusta no mercado interno, o que tende a baixar temporariamente os preços. Especialistas destacam que, posteriormente, a diminuição dos abates pode levar a um aumento nos preços.
A situação é ainda agravada pelo fato de que os EUA representam um dos maiores mercados para a carne bovina brasileira, sendo responsáveis por 12% de suas exportações.
A China, principal cliente externo do Brasil, está pressionando por uma redução nos preços, o que pode, por sua vez, impactar temporariamente as exportações e contribuir para mais variações no preço da carne. O custo da ração também teve uma queda recente, o que pode influenciar temporariamente nos preços até que se estabilize a demanda.
No setor de tilápia, a tarifa pode causar um alívio nos preços locais, já que 90% das exportações são destinadas aos Estados Unidos. Com a tarifa, esses peixes poderão abastecer o mercado interno, levando a uma possível queda nos preços.
Em relação ao café, as exportações para outros países podem ajudar a estabilizar os preços inicialmente. Contudo, a longo prazo, o impacto das tarifas norte-americanas ainda é incerto.
Os arranjos comerciais vigentes com outros importadores de café também desempenham um papel crucial. Mesmo que os EUA sejam o maior consumidor do café brasileiro, outros mercados podem suprir parcialmente a lacuna criada pelas novas tarifas.