Celebridade
os desfiles que elevaram a cena na Casa de Criadores

Confira os destaques da 56ª edição da Casa de Criadores, segundo a CARAS Fashion; veja as fotos
Na 56ª edição da Casa de Criadores, o experimental deixou de ser mero conceito para tornar-se linguagem dominante. Uma temporada que não se contenta em apenas vestir: ela quer provocar, narrar e reverberar. Abaixo, confira os principais destaques.
ALEBRITO x Studio115
Invisível, infinita e, acima de tudo, humana: o fashionholic Ale Brito não poupou esmero em sua mais nova coleção colaborativa com o Studio 115. O estilista abordou a imensidão de sua própria mente em 17 looks que, unidos, traduzem o domínio já consagrado de uma alfaiataria elegante e moderna. O quão profundo pode ser o que não se vê? Quantas cores em sinestesia foram absorvidas nessa densa e imponente escuridão? Sem dúvidas, um desfile que intriga e interroga.
CASA PAGANINI
Revelação, sofisticada: Guilherme Paganini estreou sua marca na Casa de Criadores e impressionou quem esteve presente no Centro Cultural São Paulo(CCSP). Antes modelo, o capixaba soube como selecionar um casting que dialogasse com o conceito proposto na coleção “Raízes”. A paleta de cores terrosas trouxe leveza e sensibilidade a uma rígida execução que vale acompanhar os próximos passos. Um desfile brasileiro, para os brasileiros.
‘ERICOVALENÇA’
Futurista, insólita e além: a antiga ‘a neoutopia’ agora leva o nome homônimo de seu criador. Sua proposta é clara, uma projeção da humanidade consumida por sua própria estranheza. Dominados pelo metálico e seus acessórios excêntricos, Erico possui o dom de fazer o mais orgânico elemento metamorfosear-se numa matéria extraterrestre, e tal conceito é sempre muito divertido de ver com os próprios olhos. Tendo como aliados o suporte de software 3D e a inteligência artificial, o futuro é agora para o promissor estilista potiguar.
Mônica Anjos
Ancestral, irreverente, espiritual: a coleção “Odé Kaiodè” trouxe o melhor que um desfile da Casa de Criadores pode oferecer. Numa incrível ambientação, o extra-passarela com canto e atabaques auxiliou o contar da história de Oxóssi e sua flecha, ressaltando a marca registrada de um lindo projeto que preza pela resistência. A carcaça do pássaro abatido traduz toda a espiritualidade preta logo na abertura, os bordados à mão carregam legado, o desfilar com imposição diz o indizível e, sob palmas sincronizadas, encerrou-se a gira de Mônica Anjos.
UMS 458 – LL
Desobediente, ousada, badass: Lucas Lyra faz de sua marca um instrumento, onde a trilha sonora dita o ritmo frenético da sociedade contemporânea. Maximalista, a coleção “Little Headbanger” cria personagens nostálgicos em transgressão ao ordinário, onde os trabalhadores se mesclam à Tumblr Era numa sombria interpretação de combate ao caos que lhes foi imposto. Com disformidades, serigrafia, acabamentos brutos e uma estética brutal, a UMS 458 – LL desobedece mais a cada desfile, e o hype é válido.
ROBER DOGNANI
Dramático, teatral, intocável: a Coleção “DO MEU JEITO” abordou a história familiar de Dognani e o que foi colhido dessa grande árvore genealógica. Repleto de interpretações, os modelos não apenas desfilaram, como performaram. O estilista criou um universo que viaja do renascentista ao atemporal mascarado de Margiela, unindo os mais diversos elementos, do veludo ao látex. Somente com uma primorosa execução tudo isso faria sentido, e felizmente isso não falta para Rober Dognani, o destaque da CDC 56.
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