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Médica alerta sobre a doença autoimune enfrentada pela mãe de Emicida: ‘O ataque pode acontecer’

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Jacira Roque Oliveira, mãe de Emicida, fazia hemodiálise e apresentava sintomas da doença autoimune que atinge órgãos e tecidos do corpo.

A mãe do rapper Emicida (39) e do produtor musical Evandro Fióti (36), Jacira Roque Oliveira, morreu aos 60 anos na última segunda-feira, 28. A causa da morte não foi revelada. No entanto, ela convivia há décadas com lúpus e realizava hemodiálise há mais de duas décadas.

CARAS Brasil entrevista a Dra. Brianna Nicoletti, médica alergista e imunologista, para entender como essa doença age e como tratá-la. “É uma condição inflamatória crônica de origem autoimune”, alerta a especialista.

“Isso significa que o próprio sistema imunológico, que deveria proteger o corpo contra infecções, passa a atacar tecidos saudáveis, como se fossem ameaças. Esse ataque pode acontecer em vários órgãos e tecidos, causando desde sintomas leves até quadros graves. Como imunologista, o que vejo é um descompasso no sistema de regulação imunológica: células que deveriam ‘tolerar’ o próprio organismo passam a produzir autoanticorpos. É aí que mora o problema”, explica.

Brianna revela que existem diferentes tipos de lúpus e que cada um se manifesta de uma forma. Por isso, o acompanhamento com reumatologista é essencial. A Sociedade Brasileira de Reumatologia reforça isso: cada caso é único. “O mais conhecido é o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), que pode afetar múltiplos órgãos”, conta. Mas existem outros tipos:

  • Lúpus cutâneo: restrito à pele;
  • Lúpus induzido por drogas: causado por alguns medicamentos, com sintomas parecidos ao LES, mas que costumam desaparecer ao suspender o fármaco;
  • Lúpus neonatal: raro, transmitido pela mãe para o bebê, por anticorpos específicos.

O diagnóstico não é fácil e pode levar anos até ser definido. Alguns sintomas iniciais, como, por exemplo, cansaço extremo sem causa aparente, febre persistente, dor nas articulações, manchas vermelhas na pele (especialmente no rosto), queda de cabelo e sensibilidade à luz solar podem ser indicativos para uma investigação aprofundada.

“Infelizmente, pode levar meses ou até anos. Isso acontece por conta da variedade dos sintomas e da falta de reconhecimento precoce. Há estudos que mostram que o tempo médio para diagnóstico pode ultrapassar 3 anos em muitos casos”, diz a médica.

A especialista explica que o tratamento é feito com uso de medicamentos. No entanto, pode variar conforme o caso de cada paciente, de acordo com a gravidade e os órgãos envolvidos. Confira:

  • Antimaláricos (hidroxicloroquina): base do tratamento, inclusive para sintomas leves

  • Corticoides: usados em crises agudas, com controle rigoroso

  • Imunossupressores (como azatioprina, micofenolato)

  • Biológicos, como o belimumabe — opção recente, aprovada pela Anvisa e recomendada pela SBR para casos moderados a graves

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