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Estudo descobre o que a vergonha é capaz de fazer com o cérebro

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Imagine: é seu primeiro dia de trabalho e você tropeça bem na frente de todos. Seu rosto queima, o coração dispara, e o silêncio pesa no ar. Situações como essa ativam uma emoção poderosa e universal: o constrangimento, ou vergonha. Diferente da culpa ou da vergonha moral, essa sensação está mais ligada à impressão de parecer desajeitado ou fora do lugar, especialmente diante de pessoas cujas opiniões valorizamos.

Mais do que apenas desconforto, o constrangimento é uma emoção autoconsciente, ou seja, nasce da nossa percepção de como somos vistos pelos outros. E embora possa parecer algo a ser evitado, ele traz benefícios surpreendentes.

Vergonha fortalece laços sociais

Segundo psicólogos evolucionistas, o constrangimento pode ter evoluído como um mecanismo de coesão social. Ele sinaliza arrependimento e vontade de corrigir comportamentos, ajudando a manter a harmonia em grupo, algo essencial para a sobrevivência de nossos ancestrais.

Quem demonstra constrangimento é geralmente percebido como mais confiável, empático e cooperativo. Isso porque essa reação mostra que nos importamos com o que os outros pensam, promovendo empatia e abrindo espaço para o perdão e a conexão emocional.

Além disso, o constrangimento é contagioso: sentir vergonha alheia é sinal de que nosso cérebro está profundamente sintonizado com os outros. Esse reflexo de empatia reforça vínculos e reduz tensões sociais.

Caiu, gaguejou ou ficou vermelho? A ciência explica por que o constrangimento pode ser uma vantagem social
Caiu, gaguejou ou ficou vermelho? A ciência explica por que o constrangimento pode ser uma vantagem social – Brenda Sangi Arruda/istock

Rubor e gagueira: sinais de honestidade

Ficar vermelho, tropeçar nas palavras ou rir de nervoso pode ser desconfortável, mas são pistas visíveis de humildade e autenticidade. Estudos mostram que essas reações despertam confiança nos outros. Quem demonstra constrangimento é visto como mais acessível e sociável.

Essas manifestações podem ter evoluído como sinais honestos e involuntários de boas intenções. Não é à toa que tendemos a perdoar mais facilmente quem demonstra vergonha do que quem tenta esconder seus erros com frieza.

O que acontece no cérebro durante um momento constrangedor?

O constrangimento não é gerado em um único local do cérebro, mas por uma rede de regiões interconectadas:

  • Córtex pré-frontal medial (CPFm): ativa a autorreflexão e armazena memórias sociais. É por isso que lembranças antigas ainda causam desconforto.
  • Córtex cingulado anterior (ACC): desencadeia a resposta de “luta ou fuga”, acelerando batimentos cardíacos e suor.
  • Amígdala: processa a carga emocional do momento, principalmente o medo de julgamento.
  • Ínsula: cria a sensação visceral de desconforto, sintonizando emoções e reações físicas.

Em pessoas com ansiedade social, há um desequilíbrio: a amígdala é hiperativa e o CPFm, hipoativo, o que intensifica a percepção de ameaça e dificulta a racionalização da situação.

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