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Bebida comum no dia a dia pode causar gordura no fígado

Você já parou para pensar no impacto de um simples copo de refrigerante por dia? Um estudo recente publicado na “Journal of the American Medical Association” (JAMA) acendeu um sinal vermelho para quem consome essa bebida com frequência. A pesquisa analisou dados de quase 99 mil mulheres e encontrou uma ligação direta entre o consumo diário de refrigerantes e o desenvolvimento de gordura no fígado, também conhecida como esteatose hepática.
A condição, que pode parecer inofensiva no início, é silenciosa e progressiva. Quando não tratada, pode evoluir para inflamações, cirrose e até câncer hepático. O estudo identificou 270 casos de câncer de fígado e 148 mortes relacionadas a doenças hepáticas graves entre os participantes que consumiam bebidas adoçadas regularmente.
Embora o estudo tenha sido realizado em contexto internacional, os dados têm grande relevância para o Brasil, onde o consumo de refrigerantes e sucos artificiais é elevado. O país enfrenta altos índices de obesidade, diabetes e doenças hepáticas, o que torna o alerta ainda mais urgente.
Gordura no fígado: o que é e por que se preocupar
A gordura no fígado ocorre quando há acúmulo excessivo de lipídios nas células hepáticas. Em estágios iniciais, a condição pode não apresentar sintomas, mas com o tempo, pode causar dor abdominal, fadiga, aumento do fígado e até icterícia. Segundo especialistas, cerca de 30% da população brasileira já apresenta algum grau de esteatose hepática.
O problema é que o fígado é um órgão vital, responsável por funções como a regulação da glicose, produção de bile, armazenamento de vitaminas e eliminação de toxinas. Quando sobrecarregado, ele perde eficiência e abre espaço para complicações sérias.
A boa notícia? Em muitos casos, a gordura no fígado é reversível. Mas isso exige mudanças no estilo de vida, como alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos e, claro, redução do consumo de bebidas açucaradas.
Refrigerante: o vilão disfarçado
O refrigerante é uma das bebidas mais consumidas no mundo —e também uma das mais prejudiciais à saúde hepática. Rico em açúcar, corantes e aditivos químicos, ele oferece calorias vazias e nenhum valor nutricional. Segundo o estudo da JAMA, até mesmo uma lata por dia pode ser suficiente para desencadear o acúmulo de gordura no fígado.
Especialistas recomendam limitar o consumo a no máximo 355 ml por semana, o equivalente a uma lata padrão. Além disso, orientam que a ingestão diária de açúcar não ultrapasse seis colheres de chá. Mas, para quem quer realmente proteger o fígado, o ideal é evitar completamente esse tipo de bebida.
A relação entre refrigerantes e doenças hepáticas não é novidade. Estudos anteriores já apontaram o consumo excessivo como fator de risco para obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Agora, com evidências mais robustas, o alerta se torna ainda mais relevante.
Alternativas saudáveis para o dia a dia
Se você está pensando em cortar o refrigerante, saiba que há opções muito mais interessantes — e saborosas. A água de coco, por exemplo, é hidratante e rica em eletrólitos. Os chás naturais, como o de hibisco ou chá verde, têm propriedades antioxidantes e ajudam na desintoxicação do fígado.
Outra boa pedida são os sucos naturais, feitos com frutas frescas e sem adição de açúcar. Frutas cítricas como limão, laranja e abacaxi são ricas em vitamina C e ajudam a proteger o fígado. E se quiser dar um toque funcional à bebida, vale incluir ingredientes como gengibre, cúrcuma ou hortelã.
Além das bebidas, a alimentação como um todo deve ser repensada. Dietas ricas em fibras, vegetais, proteínas magras e gorduras boas, como azeite de oliva e oleaginosas, são aliadas na prevenção da gordura no fígado.
Prevenção é o melhor remédio
A gordura no fígado pode parecer distante, mas está mais próxima do que se imagina. O diagnóstico precoce é essencial, e exames como ultrassom abdominal e testes de função hepática ajudam a identificar alterações antes que se tornem graves.
Campanhas educativas e mudanças de hábito são fundamentais para frear o avanço da esteatose hepática. E tudo começa com escolhas simples: trocar o refrigerante por água, incluir mais vegetais no prato e se movimentar mais no dia a dia.
A saúde do fígado é reflexo direto do que colocamos no copo e no prato. E, como mostra o estudo, um gesto aparentemente inofensivo pode ter consequências sérias. Que tal repensar esse hábito?