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É possível chegar ao diagnóstico de endometriose em 10 minutos com sangue menstrual

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Imagine descobrir se você tem endometriose em apenas 10 minutos, sem precisar passar por exames invasivos ou caros. Parece ficção científica, mas é realidade em desenvolvimento. Pesquisadores criaram um exame ultrassensível que usa sangue menstrual para detectar a doença com precisão e rapidez.

A endometriose afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mesmo assim, o tempo médio para diagnóstico ainda gira entre 8 e 12 anos. Isso significa anos de dor, frustração e tratamentos equivocados. O novo teste pode ser um divisor de águas nesse cenário.

Um avanço que pode mudar a vida de milhões de mulheres
Um avanço que pode mudar a vida de milhões de mulheres – PonyWang/iStock

A proposta é simples e poderosa: usar o sangue menstrual —algo que já faz parte da rotina — como ferramenta de triagem. E o melhor: sem necessidade de cirurgia ou exames de imagem complexos. A coleta pode ser feita em consultório ou até em casa, tornando o acesso muito mais democrático.

Borofeno: o material que faz tudo acontecer

O segredo por trás do exame está em um material chamado borofeno, uma estrutura bidimensional feita de átomos de boro. Ele pertence à mesma família do grafeno, mas tem propriedades únicas que o tornam ideal para aplicações médicas.

No teste, o borofeno é usado para capturar a proteína HMGB-1, um biomarcador associado à endometriose. Os cientistas conseguiram fixar anticorpos na superfície do borofeno de forma precisa, ativando regiões específicas para detectar a proteína no sangue menstrual.

Mesmo em amostras simuladas, o exame mostrou alta sensibilidade: foi capaz de identificar concentrações de HMGB-1 tão baixas quanto 40 picogramas por mililitro. E o melhor: sem reagir a outras proteínas comuns, como albumina e fibrinogênio, o que reduz os falsos positivos.

Menos dor, mais acesso

Um dos grandes diferenciais do exame é o uso do sangue menstrual, e não do sangue venoso. Isso permite coletas não invasivas, que podem ser feitas com absorventes, coletores ou em consultórios ginecológicos. A ideia é facilitar o acesso ao diagnóstico, especialmente em regiões com poucos recursos médicos.

Essa abordagem pode ser especialmente útil para mulheres que vivem em áreas afastadas ou que enfrentam barreiras para realizar exames como ultrassom transvaginal ou laparoscopia — ainda considerados padrão-ouro no diagnóstico da endometriose.

Diagnóstico precoce é essencial

Quanto mais cedo a endometriose é identificada, maiores as chances de controlar os sintomas e preservar a fertilidade. A doença pode causar dores intensas, alterações intestinais, dificuldade para engravidar e impacto emocional significativo.

Com um exame rápido e acessível, é possível iniciar o tratamento antes que os sintomas se agravem. Isso inclui desde mudanças no estilo de vida até terapias hormonais e, em casos mais avançados, cirurgia.

Tecnologia que pode ir além

Os pesquisadores vislumbram um futuro em que o exame seja integrado a produtos menstruais, como absorventes ou coletores, permitindo o monitoramento contínuo e discreto. Isso abriria caminho para uma triagem domiciliar, sem necessidade de deslocamento ou agendamento médico.

Embora o teste ainda esteja em fase de validação clínica, os resultados iniciais são promissores. A produção é relativamente simples e a tecnologia já está bem estabelecida, o que pode acelerar sua chegada ao mercado.

Comparando com os métodos atuais

Hoje, os exames mais usados para detectar a endometriose incluem:

  • Ultrassom transvaginal com preparo intestinal
  • Ressonância magnética
  • Exame de sangue CA-125
  • Videolaparoscopia, considerada o exame definitivo, mas invasivo

O novo teste com sangue menstrual não pretende substituir todos esses métodos, mas pode ser uma excelente ferramenta de triagem inicial. Ele ajuda a identificar mulheres com maior risco e direcionar melhor os recursos médicos.

Um passo importante para a saúde feminina

A endometriose é uma condição complexa e muitas vezes negligenciada. A criação de um exame simples, rápido e acessível representa um avanço significativo na luta por mais dignidade e cuidado com a saúde feminina.

Se validado em larga escala, esse teste pode encurtar o tempo de diagnóstico, reduzir o sofrimento de milhões de mulheres e promover tratamentos mais eficazes.



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