Celebridade
Vitor diCastro faz da internet seu lugar no mundo e ganha força como artista e ativista: ‘Sendo eu mesmo’

Vitor diCastro fala sobre sua trajetória, sucesso nas redes e ativismo, em entrevista à CARAS.
Desde criança, Vitor diCastro (36) queria ser ator e não mediu esforços para ir atrás do sonho. Formado em Artes Cênicas, enfrentou dificuldades quando encarou o mercado de trabalho por conta de seu jeito. “Nos testes, os diretores e produtores de elenco falavam que eu tinha que dar uma segurada nesse negócio de ser gay, que não podia performar tanto”, recorda ele, em papo exclusivo na Ilha de CARAS by Gav Resorts.
Até que o artista decidiu criar as próprias oportunidades e foi para a internet, na qual se descobriu como apresentador e influencer. “Não preciso usar a internet para chegar a algum lugar, ela já é um lugar. E descobri isso da melhor maneira, sendo eu mesmo, criando coisas que eu queria”, afirma ele, em Angra.
Depois do sucesso na internet, ele até foi chamado para trabalhos como ator e ainda tem vontade de fazer novelas e filmes, mas já se realizou com o que faz. “Meu trabalho como ator guia o de apresentador, porque uso todas as ferramentas que aprendi, então já me sinto trabalhando como ator mesmo sem interpretar”, explica o artista, que neste ano esteve à frente do Mesacast BBB, do Globoplay e Multishow.
Para ele, 2025 é a grande virada de vida. Após uma participação no remake de Vale Tudo, Vitor voltou aos palcos, depois de cinco anos, com Intenso – Meu Retorno de Saturno. “Monólogo tem uma pressão, uma cobrança, porque o ator está sozinho em cena. Para mim é interessante, é um grande desafio”, avalia ele, que uniu a vontade de fazer teatro com a necessidade de falar sobre um drama que ele mesmo viveu.
“Não é a história da minha vida, mas é sobre separação, desamor, recomeço, mudança de status, sobre essa frustração que a gente sente. Eu vivi uma separação há mais de um ano e isso mexeu muito comigo. E quando me divorciei procurei filmes para assistir, peças que poderiam me ajudar a lidar com esse turbilhão de sentimentos, mas percebi que faltavam referências gays. Porque a gente ainda está batalhando pelo direito de o gay casar. Só que eu, por exemplo, sou um gay que casou e se divorciou. Eu já vivi isso, casei em 2018, no ano do Bolsonaro. Já fiz esse ato político e vivi, lindo, fui um casal para todo mundo ver e quando cheguei a essa parte do divórcio, percebi que não tinha referência. Se não tem e tenho a possibilidade de fazer algo que sirva de referência, então que seja”, reflete ele, classificando a peça como uma comédia sofrência.
“O humor nos desarma, porque quando a gente ri do que a gente está passando, a vida fica mais leve”. Mas Vitor também sabe falar sério quando precisa e é um ativista nas redes sociais. Às vezes, até perde seguidores e trabalhos por conta disso. “Ser artista em 2025 e ser imparcial não existe. Se posso, através das minhas redes sociais e da força do meu trabalho, fazer com que você pense melhor, para mim é uma função social que todo artista tem”, acredita ele.