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Música

Joca retrata reflexão e inquietude em novo álbum: ‘Construir e questionar’

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Joca abriu um portal. Seis anos após o álbum A Salvação É Pelo Risco: O Show do JOCA, o artista inaugura uma nova etapa, fruto de um momento de transição no qual ele carrega aprendizados e expande a mensagem do trabalho de estreia. Nessa quarta-feira, 24, o músico lançou seu segundo ato: o disco Cortavento, já disponível nas plataformas digitais.

“O meu primeiro álbum retrata um momento da minha vida e vem com uma força muito forte de juventude, de ímpetos de expansão. Fala muito sobre desejo. E sinto que Cortavento é um relato desses processos de busca, contato e descontentamento com a própria vontade de movimentar”, explica Joca à Rolling Stone Brasil.

O novo trabalho apresenta uma versão mais adulta e madura do artista. Após o sucesso do primeiro álbum e das parcerias com nomes como Ana Frango Elétrico, Sain, UANA e a banda Tuyo, o rapper aprendeu a tomar decisões melhores e construiu um repertório capaz de refletir sua arte e sua identidade.

A busca por si próprio tem Niterói (RJ) como ponto de partida e de retorno. Nesse cenário, Joca aborda temas presentes em sua vida enquanto artista jovem, negro e periférico, compartilhando experiências e reflexões acerca do território, coletividade, relacionamentos e vícios.

Como inspiração, Cortavento nasce da ancestralidade de uma cultura com várias dimensões. “Sinto que no Brasil a gente tem uma força muito, muito potente e muito intensa e incontrolável que surge desse encontro das culturas africanas e indígenas. E dentro de contextos super violentos, uma forma de sobreviver foi através da música, da palavra, do movimento, da comida. Isso me inspira porque eu enxergo que as gerações passam e esse fundamento se mantém vivo.”

Joca também assume a direção musical do projeto e aborda, de forma singular e versátil, todas as vertentes de seu vocabulário musical. Com batidas que variam entre o miami bass, garage, house, amapiano e as vertentes já conhecidas do hip hop, como trap e boom bap, a mixtape conta com instrumentais de diversos produtores brasileiros e Ebony, Tuyo, Luciane Dom, Jef Rodriguez, Amanda Sarmento e Luana Karoo entre as participações. 

“Além de agregar na música especificamente, que cada uma dessas pessoas fez junto comigo, agregam no meu processo artístico para a vida, de conseguir entender de que forma o outro chega num resultado que, em termos de plataforma, está também alinhado com o que eu faço. Sinto que esse processo de composição, de criação, de produção, é muito íntimo. Poder ter contato com esses artistas no estúdio, entender como eles trabalham, é muito engrandecedor.”

Como artista independente, Joca enfrentou muitos desafios na produção de Cortavento. “A gente vive numa corda bamba tentando entender de que formas a gente consegue continuar atuando na música e na arte independente. E também se manter. Muitos artistas independentes ainda precisam fazer jornada dupla, trabalhar em outra coisa e depois dar o corre nas suas carreiras”, comenta, enquanto lembra que as dificuldades para quem se propõe a questionar padrões e incentivar debates são ainda maiores.

Mas, como toda jornada de amadurecimento e autoconhecimento, os desafios são acompanhados de lições. “Tive que me apegar muito à minha fé, aos meus processos de tratamento, de autocuidado, à minha espiritualidade, para colocar os meus pés no chão e seguir fazendo o que eu acreditava que precisava chegar para o mundo. É um processo bem forte.”

O mais interessante da música é quando cada um consegue tirar dela uma forma de se desenvolver e aplicar reflexões na própria área de atuação. Espero conseguir me conectar com as pessoas interessadas em construir e questionar. Vamos juntos cortar o vento.”

+++LEIA MAIS: Ebony lança terceiro álbum da carreira de surpresa: ‘Sobre a vida que eu tive’



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