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Rota 68 revive memórias do interior paulista

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Viajar pela Rota 68 é como cruzar páginas vivas da história brasileira. A rodovia SP-68, mais conhecida como Estrada dos Tropeiros, corta o Vale Histórico paulista, ligando Silveiras a Bananal e passando por Areias, Arapeí e São José do Barreiro.

São cerca de 130 km de paisagens montanhosas, casarões coloniais e memórias do Brasil Império.

Esse trajeto faz parte do antigo Caminho das Tropas, rota usada desde o século 18 para o transporte de gado e mercadorias entre o Sul e o Sudeste do país. Tropas de mulas e bois cruzavam a Serra da Bocaina levando couro, charque e outros produtos até Sorocaba, onde eram comercializados.

Com o tempo, pousos se transformaram em vilas e, mais tarde, em cidades que hoje apostam no turismo como principal atrativo.

Antes da construção da Dutra, a SP-068 era considerada a principal rota entre São Paulo e Rio de Janeiro, e por isso ainda é chamada por alguns de “antiga Rio-São Paulo”

Hoje, a Rota 68 é um convite para quem curte estrada, especialmente os apaixonados por motocicletas. Com curvas suaves, mirantes naturais e trechos que parecem ter sido desenhados para roadtrips, ela oferece uma experiência que mistura aventura, cultura e contemplação.

Silveiras: ponto de partida com sabor tropeiro

A jornada começa em Silveiras, cidade que preserva com orgulho suas raízes tropeiras. O Museu do Tropeiro é parada obrigatória para entender como essa atividade moldou a região. No entorno da Igreja Matriz, o centro histórico tem construções simples e charmosas, com cafés e restaurantes que servem pratos típicos como o feijão tropeiro e a paçoca de carne seca.

Silveiras preserva com orgulho suas raízes tropeiras
Silveiras preserva com orgulho suas raízes tropeiras – Reprodução/Facebook@Silveiras SP

Além da gastronomia, Silveiras oferece boas opções de hospedagem e artesanato local. É também o acesso mais comum à SP-68, via Rodovia Presidente Dutra (BR-116), tornando-se o ponto de partida ideal para explorar o Vale Histórico.

Areias: cidade inspiradora de Monteiro Lobato

Seguindo pela Rota 68, Areias é a próxima parada. A cidade foi cenário para o livro “Cidades Mortas”, de Monteiro Lobato, que atuou ali como promotor. A Casa da Cultura, instalada em um casarão de 1833, guarda documentos e objetos ligados ao autor e à história local.

Casarão colonial e Matriz Senhora Sant’Ana, mais conhecida como Igreja Matriz
Casarão colonial e Matriz Senhora Sant’Ana, mais conhecida como Igreja Matriz – Halley Pacheco de Oliveira/Wikimedia Commons

Areias também tem papel importante na Revolução Constitucionalista de 1932. O Mirante da Revolução, entre Areias e São José do Barreiro, oferece uma vista panorâmica da Serra da Bocaina e homenageia esse capítulo da história paulista.

São José do Barreiro: porta de entrada para a Bocaina

Com estrutura mais voltada ao turismo, São José do Barreiro é onde está a sede do Parque Nacional da Serra da Bocaina. A cidade tem trilhas, cachoeiras e mirantes que encantam quem busca contato com a natureza. O centro histórico é bem preservado, com destaque para a Igreja Matriz e o Rancho Armazém, loja que mistura artesanato, comidinhas locais e um restaurante acolhedor.

Prédio histórico da Câmara Municipal de São José do Barreiro
Prédio histórico da Câmara Municipal de São José do Barreiro – Miguel Schincariol/Alesp

A cidade também abriga fazendas centenárias que oferecem visitas guiadas e hospedagem. A Fazenda Pau D’Alho, por exemplo, foi construída em 1817 e recebeu Dom Pedro I em sua viagem rumo à Proclamação da Independência.

Arapeí: simplicidade e natureza

Menor cidade da Rota 68, Arapeí tem menos de 3 mil habitantes e um perfil mais rural. É ideal para quem busca trilhas e cachoeiras, como a Gruta do Alambary. A estrutura turística é modesta, mas a receptividade dos moradores e o clima tranquilo compensam.

A cidade é perfeita para uma pausa contemplativa antes de seguir para Bananal, o ponto final da estrada.

Bananal: riqueza histórica e charme colonial

Bananal é a maior e mais estruturada cidade da Rota 68. Seu nome vem do tupi “banani”, que significa “rio sinuoso”. No século 19, a cidade chegou a cunhar sua própria moeda, tamanha era a riqueza gerada pelo ciclo do café.

Fazenda Boa Vista com seu imponente casarão
Fazenda Boa Vista com seu imponente casarão – Divulgação/Alesp

O centro histórico tem casarões preservados, como Fazenda Três Barras, que hospedou Dom Pedro I. O artesanato em crochê é tradição local, e as fazendas ao redor oferecem experiências únicas. A Fazenda dos Coqueiros, por exemplo, permite hospedagem e visita guiada, enquanto a Fazenda Resgate impressiona pela grandiosidade.

Bananal também é porta de entrada para passeios na Serra da Bocaina, como a Cachoeira do Bracuí e a Estação Ecológica de Bananal.

 

 



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