Celebridade
Preta Gil enfrentou a menopausa durante tratamento e médica explica: ‘Uma carga muito grande’

Preta Gil faleceu aos 50 anos; em entrevista à CARAS Brasil, a Dra. Ana Paula Fonseca aponta os desafios da menopausa durante o tratamento oncológico
No último domingo, 20, a cantora Preta Gil (1974-2025) faleceu aos 50 anos de idade. Ela lutou pelos últimos dois anos contra as complicações de um câncer no intestino, também chamado de câncer de cólon ou colorretal.
No ano passado, a filha de Gilberto Gil (83) revelou que entrou na menopausa em meio ao seu tratamento contra a doença:“Durante meu tratamento, eu passei por uma menopausa que não foi nada fácil”, disse em entrevista ao Fantástico.
O que diz a ginecologista?
Para entender mais sobre o assunto, a CARAS Brasil entrevista a Dra. Ana Paula Fonseca, médica ginecologista e especialista no tratamento de distúrbios menstruais, miomas, síndrome dos ovários policísticos (SOP), que responde.
“É um momento mais delicado e desafiador para a mulher. Durante o tratamento oncológico, especialmente em casos de quimioterapia ou radioterapia, é comum que ocorra uma falência ovariana precoce, que leva à menopausa induzida. Isso pode acontecer mesmo em mulheres jovens. O grande desafio é que esses sintomas surgem de forma abrupta, e em um período em que a mulher já está fragilizada emocional e fisicamente”, declara.
Menopausa durante o tratamento oncológico
Além dos sintomas clássicos da menopausa, como ondas de calor, insônia, irritabilidade, secura vaginal e perda de libido, a Dra. Ana Paula Fonseca chama a atenção para saúde mental das pacientes oncológicas durante este período.
Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, nos próximos 20 anos, a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde.“Há também o impacto emocional de lidar com todas essas mudanças enquanto enfrenta o câncer. É uma carga muito grande para o corpo e para a mente”, diz a Dra. Ana Paula Fonseca.
Quais os cuidados?
Em primeiro lugar, a ginecologista reforça que é fundamental oferecer acolhimento e suporte multidisciplinar. Essas pacientes precisam ser acompanhadas por ginecologista, oncologista e, sempre que possível, psicólogo.
“Como nem todas podem fazer reposição hormonal devido ao tipo de câncer, precisamos buscar outras estratégias para aliviar os sintomas. Existem opções não hormonais, tanto medicamentosas quanto fitoterápicas, além de mudanças no estilo de vida que ajudam bastante”, finaliza ao avaliar casos como da cantora Preta Gil.
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