Moda
estudo revela como estar sozinho prejudica o corpo e a mente

A solidão está longe de ser apenas um sentimento passageiro: ela é um dos fatores de risco para a saúde mental e física. Uma nova pesquisa publicada na revista PLOS One analisou dados de mais de 47 mil adultos nos Estados Unidos e revelou que quatro em cada cinco pessoas relataram algum grau de solidão, com impacto direto no bem-estar.
De acordo com o estudo, pessoas que se sentem “sempre” solitárias apresentam, em média, 10,9 dias a mais de problemas de saúde mental por mês e cerca de 5 dias a mais de problemas de saúde física, quando comparadas àquelas que não relatam solidão. A pesquisa também indica que a solidão é um preditor forte e independente de depressão, além de estar associada a pior qualidade de vida geral.
Mulheres e idosos são mais afetados
Os dados revelam que as mulheres apresentaram uma probabilidade consistentemente maior de depressão e mais dias de saúde mental comprometida, em todos os níveis de solidão. Em contraste, pessoas negras relataram, em média, menos casos de depressão e menos dias com problemas mentais do que pessoas brancas, o que aponta a necessidade de mais estudos sobre os fatores culturais e sociais que influenciam esses indicadores.
A solidão se mostra ainda mais crítica entre idosos que vivem sozinhos. Com o envelhecimento da população, esse cenário representa um desafio crescente para políticas públicas, especialmente no que diz respeito à saúde mental da terceira idade.
Um alerta para a saúde pública
O autor principal do estudo, Dr. Oluwasegun Akinyemi, da Universidade Howard, nos Estados Unidos, afirma que a solidão deve ser tratada como prioridade nos planejamentos de saúde pública, assim como outros fatores de risco mais conhecidos. Ele defende a implementação de exames de rotina para identificar indivíduos em risco e promover ações de prevenção, como programas de apoio social e fortalecimento de vínculos comunitários.
“Nosso estudo destaca que a solidão não é apenas um estado emocional, ela tem consequências mensuráveis para a saúde mental e física”, alerta Akinyemi.
A pesquisa reforça que lidar com a solidão exige mais do que soluções individuais. São necessárias ações coletivas, políticas públicas e iniciativas comunitárias para criar espaços de conexão e pertencimento. Combater essa “epidemia invisível” pode ajudar a reduzir a depressão, melhorar o humor e, principalmente, prolongar a qualidade de vida da população.