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Manifestantes instalam foto de Trump e Epstein em rua de Londres; entenda

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem uma agenda de compromissos no Reino Unido nos próximos meses. Em setembro, ele deve ir a Londres para se encontrar com o primeiro-ministro, Keir Starmer, além do rei Charles III. Antes, o republicano visitará a Escócia, onde se reunirá com primeiro-ministro escocês, John Swinney, no final de julho.
Trump celebra a agenda e a visita a um povo que, em outra ocasião, ele chamou de “forte” e “ótima gente”. Mas, ao que tudo indica, o sentimento não é exatamente recíproco.
Em sua primeira visita a Londres, em 2018, o presidente foi recebido com protestos que ficaram conhecidos pelo “baby Trump”, um boneco inflável gigante que retrata o político com fraldas. O gesto foi repetido no ano seguinte.
Agora, os manifestantes tocam em um tema especialmente sensível ao governo americano: o possível envolvimento do presidente com Jeffrey Epstein, magnata condenado por tráfico e abuso sexual.
Enquanto Trump se vê no centro de uma polêmica sobre a divulgação de documentos confidenciais e inéditos do caso, fotos do republicano ao lado de Epstein foram instaladas em um ponto de ônibus próximo à embaixada americana em Londres.
“Seria uma vergonha para Donald se esta foto de Trump com Jeffrey Epstein aparecesse em todos os lugares durante sua viagem pelo Reino Unido. Seria realmente uma vergonha enorme se todos doassem para que isso acontecesse”, escreveu o grupo responsável pelo protesto.
Os atos de oposição ao político estão em planejamento tanto em Londres quanto na escócia. “Prevemos que ele virá de avião, possivelmente de helicóptero. Vamos garantir que, do ar, ele veja nossa presença”, disse um dos integrantes da coalizão Stop Trump ao Huffington Post(via Time). “O povo da Escócia não quer estender um capacho para Trump, cujo governo está acelerando a disseminação do colapso climático e do fascismo ao redor do mundo”, completou um porta-voz em comunicado.
Quem é Jeffrey Epstein?
Jeffrey Epstein foi um magnata e criminoso sexual dos Estados Unidos condenado por abusar sexualmente de mais de 250 meninas. As primeiras acusações contra ele começaram a aparecer em meados dos anos 2000.
Em 2008, Epstein firmou um acordo controverso. Ele se declarou culpado em um caso que envolvia a prostituição de uma menor de idade e cumpriu apenas 13 meses de prisão. O caso voltou à tona em 2019, quando novas investigações o acusaram de operar uma rede de tráfico sexual que envolvia o aliciamento e abuso de meninas, muitas delas em situação vulnerável.
Epstein foi preso em julho daquele ano, mas morreu pouco tempo depois, em agosto de 2019, enquanto aguardava o julgamento. A morte foi oficialmente declarada como suicídio, mas as circunstâncias — incluindo falhas graves de segurança na prisão — levantaram teorias sobre o que realmente aconteceu.
O que são os “arquivos de Epstein” e qual é a relação de Trump com eles?
Assim como as dúvidas sobre as condições em que Epstein morreu, algumas teorias sugerem que o governo americano escondeu segredos relacionados às denúncias contra o magnata. Um dos objetivos seria acobertar autoridades e homens poderosos que também teriam cometido crimes. Os arquivos de Epstein seriam uma espécie de livro com uma “lista de clientes” envolvidos na operação de tráfico sexual. A existência desse registro, no entanto, não foi confirmada.
No início deste ano, o Departamento de Justiça americano divulgou documentos com evidências apreendidas durante as investigações do caso. Ali constam mais de 150 nomes conhecidos. Donald Trump e Jeffrey Epstein foram próximos durante a década de 1990, quando frequentavam os mesmos círculos sociais e eram vistos juntos em Nova York. Nos documentos revelados, há também registros de voo em aviões do magnata com o nome de Trump.
Mas apesar da amizade entre ambos, não há nenhuma evidência concreta de que o presidente tenha algum envolvimento nos crimes. Durante a campanha de 2024, ele chegou a prometer retirar o sigilo da investigação e publicar todos os documentos, o que é discutido nos EUA atualmente.
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