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James Gunn Revela os Segredos de ‘Superman’ em Entrevista com Spoilers

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“Eu queria um Superman que pudesse apanhar,” disse o roteirista/diretor de Superman e co-CEO da DC Studios,4, à Rolling Stone antes do lançamento do filme. Kal-El, vivido porDavid Corenswet, de fato leva muitos socos no filme — mas no fim ele se reergue, e o próprio longa está alcançando seus triunfos nas bilheterias. “Os números durante a semana estão incríveis”, diz Gunn.

Logo após uma turnê mundial de divulgação, Gunn conversou com a Rolling Stone por Zoom para um papo pós-lançamento. A entrevista contém spoilers e aprofunda os principais momentos do filme, o futuro do DCU e muito mais.

(Atenção: spoilers a seguir. Se ainda não assistiu a Superman, pare por aqui.)

Rolling Stone: A linha “talvez isso seja o verdadeiro punk rock” dita pelo Superman seria o ponto central do filme?

James Gunn: Sim! Eu realmente acho que essa é a essência do filme.

RS: E na escolha do David [Corenswet], você precisava de alguém que conseguisse passar essa frase.

JG: Com certeza.

RS: Como foi escrever essa cena, que acontece enquanto a Liga da Justiça enfrenta o “duende dimensional” ao fundo?

JG: Eu gostava da ideia de mostrar a magia daquele mundo sendo tratada como algo comum. Em certo sentido, não é tão diferente do início de Guardiões da Galáxia Vol. 2, quando estamos focados no bebê Groot dançando enquanto uma batalha acontece ao fundo — só que aqui, é com romance, e não com diversão pop. A cena praticamente saiu pronta na primeira versão. A frase do punk rock já estava lá desde o início. Não lembro se pensei nela antes ou durante a escrita, mas acho que antes. E preciso elogiar a trilha de John Murphy nessa cena — ajuda muito no tom.

RS: O duende seria uma versão do Sr. Mxyzptlk dos quadrinhos?

JG: Ah, não. É só um duende básico e idiota. Ele está longe de ter o poder do Mxyzptlk.

RS: A frase do punk rock se conecta com a música “Punkrocker”, dos Teddybears com Iggy Pop, que bomba no TikTok. Como ela entrou no filme?

JG: Ela apareceu no meu Spotify por causa do algoritmo. Eu nem conhecia a música. Mas ficou na cabeça. Mostrei o filme pro Jason Reitman, e ele disse: “Essa é uma das minhas músicas favoritas. Sempre quis usá-la num filme.” Quando escrevi a frase, pensei nela, e soube que ia funcionar. E o final do filme junta tudo isso — o verdadeiro punk rock é ele, é o pai dele, até aquela imagem do pai fazendo o bebê voar. Fico emocionado só de lembrar. Ele voa por causa dos pais.

RS: E a banda fictícia Mighty Crabjoys? O pôster aparece no quarto do Clark, e você escreveu uma música para os créditos finais. Como isso surgiu?

JG: No início, a cena era mais sobre a infância dele. O momento mais potente pra mim não é o pôster, mas Lois vendo os pais dele sendo doces com ele. Acho que é ali que ela entende quem ele é — talvez até se apaixone.

Quando escrevi, pensei: “O que ele teria no quarto?” Aí inventei o pôster da Mighty Crabjoys, escrevi que ela para e sorri ao ver. Mas a música surgiu depois. Falei com o Peter [Safran] que a gente podia fazer uma música da banda, chamei meu amigo Eric Nally (do Foxy Shazam) e escrevemos juntos. Gravei um rascunho de manhã no celular. Levei cinco minutos. O Eric transformou na música divertida que está no filme. Um dos membros da banda no pôster é meu afilhado, Mason, que estava me visitando no dia. E a filha do Peter, Lou Lou Safran, também está — ela é cantora de verdade.

RS: Por que a Supergirl não contou ao Superman sobre os pais dele, já que teoricamente ela sabe mais sobre Krypton?

JG: Você está presumindo que todo mundo em Krypton sabe das mesmas coisas! E como ela saberia? Ela é mais jovem. Não teria como saber sobre os pais dele.

RS: Você pensou em dar um papel maior para ela no filme?

JG: Não. Sempre foi esse o papel. Desde que assumi esse trabalho, Supergirl: Mulher do Amanhã era minha prioridade. A Ana Nogueira acertou em cheio no roteiro. Ela entendeu como adaptar o quadrinho, e no filme a Supergirl é ainda mais dura do que na HQ.

RS: E o Krypto ser o cachorro dela veio disso também?

JG: Sim. Foi daí que surgiu a ideia.

RS: E você quis explicar até os óculos dele. As criaturas de Krypton serem humanoides e terem cães, isso precisava de explicação?

JG: Conversei com um cientista uma vez que disse que, se houver vida inteligente em outros planetas, é possível que tenham se desenvolvido de forma parecida com a nossa. Então, também podem ter animais semelhantes. Não sei sobre o Beppo ou o Cometa, mas veremos.

RS: Cometa era um centauro transformado em cavalo, né?

JG: Sim. Beppo era de Krypton. O gato Streaky, não. Era da Terra.

RS: O mural da Sala da Justiça com vários heróis antigos é só um easter egg ou há planos maiores ali?

JG: Pensamos muito sobre aquilo. Muito mesmo.

RS: Vamos ver aqueles personagens?

JG: Talvez não todos, mas alguns sim. Já estamos trabalhando com eles de formas diferentes.

RS: Ultraman pode voltar?

JG: Talvez.

RS: Sobre Pacificador temporada 2 — parece que envolve multiverso. Isso entra em conflito com a ideia de uma transição mais natural do antigo DCEU para o novo DCU?

JG: Sim, mas é verdade que a temporada é sobre duas dimensões. Não é como se uma fosse o DCEU e a outra o DCU. Isso vai ser tratado de outra forma. A maioria da primeira temporada continua sendo cânone, e falei sobre o que não é em um podcast com os atores Steve Agee e Jen Holland. Coisas como a piada do Aquaman, por exemplo, foram descartadas.

RS: A reviravolta com Jor-El e Lara foi inspirada nos quadrinhos do John Byrne?

JG: Sim. Li quando saiu. Também tem algo parecido em Superman: Legado das Estrelas. Isso me deu base nos quadrinhos.

RS: Alguns fãs ainda esperam que a versão “fria” de Jor-El e Lara seja desmentida…

JG: Eles estão ferrados! [risos]

RS: Porque isso desfaria todo o arco emocional, certo?

JG: Exato. O ponto do filme é que Superman acha que está cumprindo um destino traçado pelos pais de Krypton, mas descobre, por meio do amor dos pais da Terra, que está fazendo por si. A moral dele vem das escolhas próprias, não de uma autoridade externa. Isso é lindo, e não vou mudar.

E nem acho que Jor-El e Lara sejam “vilões”. Só têm a visão de que os humanos são inferiores. Como se fôssemos tartarugas marinhas para eles. Só querem preservar os genes kryptonianos.

RS: Estão chamando o filme de “hopecore”. Lembra o que George Lucas queria fazer com Star Wars: algo positivo para crianças.

JG: Mil por cento. Um dia antes das filmagens, jantei com o elenco e disse exatamente isso: este filme é sobre bondade. Não é sobre esperança. É sobre amor. Esperança é algo externo, que faz a gente querer sair do presente. Amor e compaixão são necessidades humanas básicas.

RS: A cena de salvar o esquilo é essencial, né?

JG: Sim. E foi uma das mais debatidas. Mostramos em testes, e algumas pessoas odiaram. “Por que ele salva um esquilo?” Tinha até uma versão sem essa cena, mas senti falta. Além disso, havia um problema de continuidade sem ela. Então eu trouxe o esquilo de volta — mesmo com protestos da equipe.

RS: Algumas pessoas acharam o filme acelerado demais. O que você pensou sobre ritmo?

JG: Nos testes, perguntam se o ritmo é “lento, rápido ou ideal”. Meus filmes sempre têm mais votos de “rápido demais” do que “lento”. Eu não sou indulgente com meus próprios momentos preciosos. Quero que o filme seja direto. Se exagero um pouco na velocidade, paciência. É melhor do que ser arrastado.

RS: Parece que o filme imita a sensação de pegar uma HQ qualquer — e não a edição #1.

JG: Exatamente. Criamos esse mundo e estamos mostrando só um recorte. Mas podemos mostrar qualquer lugar e tempo no DCU. Queria que tivesse essa sensação de estar lendo uma HQ. Em Guardiões, fugi disso. Aqui, abracei.

RS: E o que você está escrevendo agora é uma espécie de continuação?

JG: [Risos.] Segue depois de Superman. O que mais posso dizer?

RS: A reação ao filme influencia o que vem a seguir?

JG: Sim. Acho que as pessoas gostaram de Superman por ser inesperado em alguns aspectos. E o que vem a seguir será inesperado também. Mas sim, percebo que todo mundo ama o Senhor Incrível e o Krypto.

RS: Alguns fãs se preocupam com o que pode acontecer com Krypto em Supergirl, já que vocês cortaram a cena do Ultraman socando ele…

JG: Mas Supergirl é outro filme. Muito mais “rock and roll”. Mais intenso. Ela é mais dura. Não é o Superman. Então o tom é outro. Eu vi todas as diárias, mas não o corte final. Vou ver semana que vem.

RS: O tom do filme é tal que até a Legião dos Super-Heróis caberia ali. Você pensou nisso?

JG: Pensei. Mas não curto viagem no tempo. Gosto de ficção científica, mas viagem no tempo é difícil pra mim. E nem gosto muito de teletransporte. Acho bizarro. Prefiro pensar que eles se movem de um ponto do espaço dimensional a outro, em vez de se desintegrarem e reaparecerem.

RS: Os filmes de super-herói não estão se conectando tanto com o público internacional. Por quê?

JG: Aqui nos EUA estamos indo melhor, mas os números internacionais estão subindo. Em alguns países, como Brasil e Reino Unido, está indo muito bem. Em alguns lugares, o Superman não é tão conhecido quanto o Batman. E há também um certo sentimento antiamericano que atrapalha. Mas o boca a boca está funcionando. Isso é só a semente da árvore que o Peter e eu estamos regando há três anos.

RS: E nos EUA parece que vocês alcançaram além do público geek…

JG: Sim. Crianças, idosos… Ouvi falar de um grupo de pessoas de 80 anos que aplaudiram no cinema. Isso é incrível. Alguns deles são mais velhos que o primeiro filme do Superman!

RS: Teve aplauso no cinema aqui em Nova York ontem à noite.

JG: Ouço isso direto. Me deixa muito feliz.

RS: Aplauso numa quarta-feira à noite. Isso que é sucesso.

JG: Esse vai ser o título da minha autobiografia.

RS: Houve uma notícia de que vocês estariam “acelerando um filme da Mulher-Maravilha”.

JG: Não sei o que querem dizer com “acelerar” [risos]. A Mulher-Maravilha sempre foi uma prioridade. Agora temos que fazer acontecer. Temos bons roteiristas e precisamos garantir que não sejam pessoas que levem dois anos pra escrever um roteiro.

RS: E aquela série prestigiada do Batmirim que você vai aprovar em alguns dias?

JG: Sim. O Batmirim da HBO. 150 milhões de dólares por episódio. [risos]

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