Celebridade
do backstage à liderança do Carnaval, uma trajetória de empoderamento

Como a filha de Gilberto Gil transformou desafios, criatividade e diversidade em força artística e empresarial; relembre a trajetória de Preta Gil
Cantora, atriz, apresentadora, empresária, Preta Gil teve uma longa carreira. Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, a famosa serviu de inspiração para muitas mulheres por aceitar seu corpo fora dos padrões de beleza e assumir sua bissexualidade. Relembre um pouco da trajetória da artista a seguir!
De produtora a estrela do palco
Antes de se lançar como cantora, Preta Gil já atuava nos bastidores da música. Ela teve sua própria produtora de vídeos musicais e dirigiu cerca de 15 vídeos para a MTV Brasil. Foi apenas após organizar dois shows no bar Mistura Fina, no Rio, em junho de 2002, que decidiu se dedicar inteiramente à carreira.
Álbum de estreia, polêmicas e afirmação
Em 2003, Preta lançou seu primeiro álbum, Prêt-à Porter. Nele, ela aparece nua no encarte, em um gesto artístico que marcou seu posicionamento frente aos padrões estéticos rígidos da indústria. Relata ela mesma:
“A minha formação é na diversidade… Eu não tinha porque me lançar como cantora fingindo ser uma coisa que eu não era.” A justificação foi dada em entrevista ao programa Timeline da Rádio Gaúcha, em 2021.
A abertura trouxe críticas – racismo, gordofobia, machismo – que a autora lembra como “uma enxurrada de opressões”. Preta revelou: “Tentei me enquadrar nos padrões… me anulei como pessoa e me perdi”, disse ao Diário Gúcho.
Encontrando sua voz e se fortalecendo
Após esse período crítico, ela reforçou sua autoestima e autenticidade. Sobre o processo de reconexão, afirmou ao Diário Gaúcho: “Me reencontrei. Comecei todo o meu trabalho de fortalecer minha autoestima e minha identidade”.
Diversificação: música, TV, bloco e empresa
Entre 2004 e 2010, Preta esteve à frente do programa Caixa Preta (Rede Bandeirantes), embora não tenha alcançado grande.Em 2009, criou o Bloco da Preta, que virou festa de Carnaval e gerou o álbum/DVD gravado no Citibank Hall em 2013.
Seu repertório musical soma álbuns como Sou Como Sou (2012) — cuja faixa-título representa seu manifesto artístico — e Todas as Cores (2017). Em 2017, fundou a Music2Mynd (Mynd), agência de marketing de influência e entretenimento, que ganhou prêmios como o Prêmio Caboré 2019.
Atualidade e legado
Além de seu trabalho musical, Preta tem se tornou figura ativa em discussões sobre empoderamento, representatividade negra, LGBT+, diversidade corporal e sexualidade. Em 2021, ao relembrar seu álbum de estreia, destacou: “Há 20 anos, foi um combo de choque para a sociedade… uma mulher negra, gorda, bissexual.”