Celebridade
Médica alerta para sintomas silenciosos da doença de Trump: ‘Pode agravar o quadro’

Após diagnóstico de Trump, a cirurgiã vascular Aline Lamaita explica o que é insuficiência venosa crônica, seus sintomas e tratamentos
Após dias de especulação por causa de hematomas visíveis em suas mãos, a Casa Branca confirmou que o presidente Donald Trump (79) foi diagnosticado com insuficiência venosa crônica. Segundo a secretária de imprensa Karoline Leavitt, Trump passou por um “exame abrangente“, incluindo testes vasculares, após apresentar inchaço nas pernas. Mas o que exatamente significa esse diagnóstico?
Para entender a condição, CARAS Brasil conversou com a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). A especialista detalha por que a doença é comum em idosos, quais sinais devem acender o alerta e como é feito o tratamento.
O que é insuficiência venosa crônica?
Segundo Aline Lamaita, o problema está diretamente ligado à função das veias nas pernas: “A insuficiência venosa crônica é uma condição em que as veias das pernas não conseguem mais realizar bem sua função de levar o sangue de volta ao coração. Isso acontece porque as válvulas dentro das veias, que funcionam como pequenas ‘portas’ para evitar que o sangue retorne, começam a falhar. Como resultado, o sangue se acumula nas pernas, aumentando a pressão venosa e gerando sintomas como inchaço, dor, varizes, escurecimento da pele e, em casos mais avançados, até feridas.”
Ela ainda explica por que isso é mais comum a partir dos 70 anos: “A doença é muito comum em pessoas acima dos 70 anos porque o sistema venoso também envelhece. Com o tempo, as paredes das veias perdem elasticidade, as válvulas podem se desgastar e o corpo, naturalmente, passa a se movimentar menos, perdendo massa muscular, o que também afeta a circulação. Por isso, é comum que idosos apresentem sintomas mesmo sem nunca terem tido varizes evidentes na juventude.”
Quais são os principais sinais da insuficiência venosa?
A médica alerta para os sintomas que muitas vezes são ignorados no dia a dia, mas podem indicar um problema circulatório:
“Alguns sinais indicam que a circulação venosa pode não estar funcionando como deveria. Os mais comuns são sensação de peso nas pernas, inchaço principalmente ao final do dia, dores localizadas, câimbras, veias aparentes (as chamadas varizes), escurecimento da pele na região dos tornozelos e coceira.”
Ela completa: “Em casos mais graves, surgem feridas que demoram para cicatrizar, chamadas úlceras venosas. Além disso, mudanças bruscas ou assimétricas como inchaço repentino em apenas uma perna devem ser avaliadas rapidamente, pois podem estar relacionadas a trombose. É importante lembrar que nem sempre esses sintomas aparecem de forma intensa; muitas vezes, o incômodo é leve, mas frequente — e isso já é motivo para buscar avaliação de um cirurgião vascular.”
Qual é o tratamento indicado para insuficiência venosa?
Apesar de ser uma condição crônica, o controle é possível com o acompanhamento adequado. O tratamento, de acordo com a especialista, é personalizado:
“O tratamento é individualizado e varia de acordo com a gravidade da insuficiência venosa. De forma geral, envolve uma combinação de cuidados com o estilo de vida, uso de meias de compressão, medicamentos que melhoram o tônus venoso e, em alguns casos, procedimentos como o tratamento de varizes com laser, espuma ou cirurgia.”
A atividade física, especialmente para as pernas, é uma aliada poderosa: “A prática regular de atividade física, fortalecendo a musculatura da perna, é uma das medidas mais eficazes, pois ativa a musculatura da panturrilha, que funciona como uma bomba natural para ajudar o sangue a subir (o coração das pernas).”
Mas há fatores que podem agravar o quadro: “Por outro lado, fatores como sedentarismo, obesidade, permanecer muitas horas em pé ou sentado, má hidratação e o uso de roupas que comprimem a circulação podem agravar o quadro. A boa notícia é que, com acompanhamento adequado, é possível controlar bem os sintomas, evitar a progressão da doença e preservar a qualidade de vida, mesmo em fases mais avançadas.”
Leia também: Diagnóstico crônico de Donald Trump vem à tona após hematomas nas mãos