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Cientistas identificam uma característica na fala que prenuncia Alzheimer

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Um estudo da Universidade de Toronto revelou que mudanças sutis na maneira como falamos, especialmente na velocidade e no ritmo, podem ser um dos primeiros sinais do declínio cognitivo associado à doença de Alzheimer.

Tradicionalmente, dificuldades de memória e linguagem eram vistas como os primeiros marcos do Alzheimer, mas essa nova pesquisa indica que o modo como nos expressamos, e não apenas o que dizemos, pode servir como um alerta precoce.

O que a fala revela sobre o cérebro

A pesquisa envolveu 125 adultos saudáveis, entre 18 e 90 anos, convidados a descrever uma cena em detalhes. Em seguida, eles foram submetidos a um teste em que viam imagens e ouviam palavras que podiam ajudar ou atrapalhar a lembrança dos nomes dos objetos.

Os participantes que falavam mais rápido na primeira tarefa também se saíram melhor na segunda, demonstrando mais agilidade mental. Isso reforça a chamada “teoria da velocidade de processamento”, que aponta a lentidão geral no processamento cognitivo, e não apenas nos centros de memória, como um dos principais marcadores do envelhecimento cerebral.

Mais do que esquecer palavras

O fenômeno da “ponta da língua”, conhecido como lethologica, é comum em todas as idades. Porém, com o avanço da idade, torna-se mais frequente. Adultos mais velhos também apresentam mais pausas durante a fala, como “uh” e “hum”, e costumam falar mais devagar, com frases menos fluidas.

Essas características, embora pareçam inofensivas, podem refletir mudanças profundas no cérebro. Segundo os pesquisadores, o padrão de fala é tão revelador que alguns algoritmos de inteligência artificial já conseguem prever o risco de Alzheimer com até 78,5% de precisão apenas analisando a voz dos pacientes.

Alterações no ritmo da fala podem indicar declínio cognitivo anos antes dos primeiros sintomas de Alzheimer
Alterações no ritmo da fala podem indicar declínio cognitivo anos antes dos primeiros sintomas de Alzheimer – Antonio_Diaz/istock

Proteínas tóxicas associadas à fala lenta

Outros estudos recentes também apontam uma ligação direta entre a fala e as alterações cerebrais típicas da doença de Alzheimer.

Pesquisadores da Universidade de Stanford, em 2024, identificaram que pausas longas e velocidade reduzida na fala estão associadas a níveis mais altos de proteínas tau emaranhadas, uma das principais características da doença.

Além disso, estudos mostraram que pessoas com maiores acúmulos de placas amiloides no cérebro têm até 1,2 vezes mais chances de apresentar alterações na fala. Essas proteínas, amiloide e tau, são consideradas marcadores centrais do Alzheimer.

Fala lenta pode ser sinal antes de qualquer outro sintoma

Essas descobertas reforçam que alterações na fala não são apenas efeitos colaterais do Alzheimer, mas podem estar entre os primeiros sinais de que algo não vai bem.

A pesquisadora Claire Lancaster, especialista em demência, afirmou que o estudo “abre portas interessantes” ao mostrar que não é apenas o conteúdo, mas o tempo e o ritmo da fala que podem revelar um cérebro em sofrimento.

O que fazer ao notar mudanças na fala

Se você ou alguém próximo começar a apresentar mudanças no ritmo da fala, como lentidão, pausas frequentes ou dificuldades inesperadas para nomear objetos simples, é importante conversar com um profissional de saúde.

Hoje, a detecção precoce do Alzheimer é essencial para intervenções que podem atrasar o avanço da doença e melhorar a qualidade de vida.



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