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Vício em vídeos curtos pode estar deixando seu cérebro mais lento, diz estudo

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A era dos vídeos curtos, com conteúdo acelerado e altamente viciante, está mudando o cérebro humano de forma preocupante. Em 2024, a expressão brain rot, ou “deterioração cerebral”, foi eleita a Palavra do Ano pela Oxford University Press. Popular entre os jovens da Geração Z, o termo define a névoa mental, a lentidão cognitiva e o cansaço mental que muitos sentem após passarem horas rolando feeds.

E não se trata apenas de impressão. Um estudo publicado na revista científica NeuroImage analisou os efeitos comportamentais e neurológicos do consumo exagerado de vídeos curtos, como os do TikTok, Reels e Shorts. Os resultados são alarmantes: o vício nesse tipo de conteúdo pode desacelerar o processamento de informações, reduzir a sensibilidade aos riscos e dificultar decisões simples.

Como o vício em vídeos curtos afeta o cérebro

Segundo o estudo, a exposição constante a conteúdos rápidos impacta diretamente o pré-cúneo, região do cérebro associada à tomada de decisões e à avaliação de consequências. Quanto mais uma pessoa se mostra dependente de vídeos curtos, menos ativa é essa área, dificultando a reflexão e promovendo impulsividade.

Além disso, os pesquisadores identificaram dois efeitos principais:

1. Menor sensibilidade às perdas e riscos

Pessoas viciadas em vídeos curtos tendem a ignorar possíveis consequências negativas. O estudo revelou que essa dependência reduz a aversão natural à perda, o que pode levar a comportamentos mais arriscados, tanto na vida pessoal quanto profissional.

Pesquisa revela que o consumo excessivo de vídeos curtos interfere no foco, prejudica decisões e pode causar fadiga mental
Pesquisa revela que o consumo excessivo de vídeos curtos interfere no foco, prejudica decisões e pode causar fadiga mental – oatawa/istock

2. Processamento cognitivo mais lento

O fenômeno da “névoa mental” é real. De acordo com o Modelo de Difusão de Deriva, usado na pesquisa, os participantes com alto consumo de vídeos curtos processavam informações de forma significativamente mais lenta, apresentando fadiga mental, falta de concentração e decisões menos eficazes.

Como explica o psicólogo Mark Travers, colunista da Forbes e doutor pela Cornell University, os vídeos curtos são programados para capturar a atenção em poucos segundos, e perdê-la rapidamente se não conseguirem. Essa estrutura hiperestimulante ensina o cérebro a buscar gratificação imediata, prejudicando sua capacidade de foco contínuo.

A boa notícia é que o cérebro é plástico e, com novas rotinas, pode recuperar sua capacidade de foco, análise e clareza. O primeiro passo é perceber o impacto que esses hábitos estão tendo no seu bem-estar e alterá-los. Estabelecer limites diários de tempo de tela para aplicativos que oferecem vídeos curtos e buscar conteúdos mais longos e reflexivos, que exijam maior atenção e raciocínio, são ações que podem ajudar.



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