Música
15 músicas que bombaram nas trilhas sonoras dos filmes de James Gunn

Se tem uma coisa que James Gunn sabe fazer tão bem quanto dirigir filmes super-heróis e cenas de ação estilizadas, é escolher música para as trilhas sonoras de seus filmes. Mas não qualquer música: o cineasta tem faro para faixas esquecidas, lados B e hits datados que, quando entram em cena, ganham nova vida e explodem nos serviços de streaming.
De Guardiões da Galáxia (2014) ao novo Superman, seus filmes sempre prometeram e entregaram uma coisa: pelo menos uma música vai virar chiclete na sua mente. A seguir, relembramos 15 músicas que Gunn ajudou a colocar de volta no radar do público ou que simplesmente ficaram ainda melhores depois de passarem por seus filmes:
1. “Come and Get Your Love” – Redbone (Guardiões da Galáxia, 2014)
Essa foi a música que apresentou o estilo James Gunn de usar trilhas sonoras no cinema com personalidade e irreverência. Logo no início de Guardiões da Galáxia (2014), vemos Peter Quill (Chris Pratt, Jurassic World) adulto caminhando por um planeta deserto ao som de “Come and Get Your Love”, fone nos ouvidos, dançando e chutando pequenos aliens como se fosse a coisa mais normal do mundo. A cena é pura vibe anos 70 e transforma um momento que poderia ser sombrio em algo leve, divertido e inesquecível. A faixa da banda Redbone explodiu nas plataformas depois do filme e virou praticamente a música-tema do Star-Lord.
2. “Hooked on a Feeling” – Blue Swede (Guardiões da Galáxia, 2014)
“Hooked on a Feeling” é quase sinônimo de Guardiões da Galáxia, mesmo sem tocar em uma grande cena de ação. A música aparece no primeiro trailer do filme, em 2014, e já deu o tom do que viria: irreverência, nostalgia e uma trilha cheia de personalidade. No longa, ela toca quando Peter Quill é capturado pelos Ravagers, e mais tarde durante a formação do grupo, ajudando a criar aquele clima retrô-cool que virou marca registrada da franquia. O “ooga-chaka” hipnótico virou chiclete e ajudou a redefinir o marketing de filmes de super-herói: agora, trilha também era personagem.
3. “Escape (The Piña Colada Song)” – Rupert Holmes (Guardiões da Galáxia, 2014)
“Escape (The Piña Colada Song)” toca em um dos momentos mais leves e cômicos de Guardiões da Galáxia, quando Peter Quill tenta seduzir Gamora (Zoë Saldaña, Emilia Pérez) na nave, ao som do clássico romântico cheio de ironia e clima de praia. A música cria um contraste divertido entre o flerte cafona de Quill e a resistência fria (e armada) de Gamora, que encerra o clima com uma faca no pescoço. Gunn usa a faixa como parte da personalidade de Peter: um cara preso aos anos 70/80 e às memórias afetivas da infância. Resultado? A música, que já era kitsch, virou cult e voltou ao radar do público com tudo.
4. “O-o-h Child” – Five Stairsteps (Guardiões da Galáxia, 2014)
“O-o-h Child” embala uma das cenas mais improváveis de Guardiões da Galáxia: o momento em que Peter Quill distrai Ronan, o vilão, com… uma dancinha. Em vez de um confronto épico cheio de socos e explosões, Gunn opta por um gesto absurdo, embalado por esse clássico soul dos anos 70. A canção, com sua mensagem otimista (“things are gonna get easier”, as coisas ficarão mais fáceis, em tradução livre), subverte o clichê do clímax tenso e ainda reforça a essência do filme: um grupo de desajustados que salva a galáxia com humor, afeto e música boa. Depois disso, “O-o-h Child” nunca mais foi só uma música de fundo. Virou punchline emocional.
5. “Ain’t No Mountain High Enough” – Marvin Gaye & Tammi Terrell (Guardiões da Galáxia, 2014)
“Ain’t No Mountain High Enough” fecha Guardiões da Galáxia com o coração. Depois de salvar o universo e finalmente abrir o presente deixado pela mãe, Peter Quill coloca essa faixa clássica para tocar enquanto os Guardiões partem em sua próxima aventura. A música, cheia de amor e promessas de proteção, cria um contraponto com o início melancólico do filme e celebra o vínculo recém-formado entre os personagens. Gunn a usa como selo emocional, mostrando que, por mais galáctico que seja o cenário, o que move tudo ainda é o afeto. Resultado: uma música que já era linda voltou às playlists como hino da amizade cósmica entre os personagens.
6. “I Want You Back” – The Jackson 5 (Guardiões da Galáxia, 2014)
“I Want You Back” é um dos momentos mais fofos de Guardiões da Galáxia: Baby Groot dançando escondido enquanto Drax (Dave Bautista, Batem à Porta) limpa sua faca, completamente alheio ao showzinho. É o último momento do filme, e James Gunn encerra a história com leveza, fofura e puro carisma. A escolha da música é certeira — animada, nostálgica, com energia contagiante — e marcou a estreia de Baby Groot como ícone pop instantâneo. A cena viralizou, virou gif, virou camiseta, e colocou de novo o Jackson 5 no topo das playlists, fazendo uma geração inteira redescobrir esse clássico com outro sorriso no rosto.
7. “Mr. Blue Sky” – Electric Light Orchestra (Guardiões da Galáxia Vol. 2, 2017)
“Mr. Blue Sky” abre Guardiões da Galáxia Vol. 2 com uma das sequências mais divertidas do MCU: uma batalha épica contra um monstro interdimensional acontece em segundo plano enquanto Baby Groot dança alegremente em primeiro plano, totalmente alheio ao caos. A música, vibrante e ensolarada, dita o tom do filme desde o primeiro minuto: leve, colorido, exagerado e com personalidade de sobra. James Gunn transforma o que poderia ser só mais uma cena de ação em um videoclipe delirante que reafirma a trilha como parte central da narrativa. Resultado: a ELO ganhou novo fôlego nas paradas e Groot virou um queridinho de vez.
8. “Brandy (You’re a Fine Girl)” – Looking Glass (Guardiões da Galáxia Vol. 2, 2017)
“Brandy (You’re a Fine Girl)” não só aparece na trilha de Guardiões da Galáxia Vol. 2 — ela é parte essencial do roteiro. Ego (Kurt Russell, Fuga de Nova York), o pai de Peter Quill, usa a música como metáfora para justificar suas escolhas e sua solidão cósmica, dizendo que ela resume sua relação com a mãe de Quill. É uma virada brilhante de James Gunn: ele pega um hit meio esquecido dos anos 70, com cara de canção de barzinho, e transforma em símbolo de manipulação emocional e tragédia familiar. A música ganha novo peso e se torna inesquecível no contexto do filme, misturando romantismo, culpa e revelações devastadoras.
9. “The Chain” – Fleetwood Mac (Guardiões da Galáxia Vol. 2, 2017)
“The Chain”, do Fleetwood Mac, embala dois momentos cruciais de Guardiões da Galáxia Vol. 2, mas brilha mesmo no clímax: quando Peter Quill finalmente enfrenta Ego, seu pai celestial e manipulador. A faixa entra com sua linha de baixo icônica bem no momento em que Quill ativa seus poderes e assume sua identidade com força total. A escolha da música, que fala sobre vínculos que não se quebram, funciona como metáfora para os laços entre os Guardiões, agora mais família do que nunca. Gunn transforma esse hino do rock melódico em trilha para um confronto catártico, e a canção voltou a tocar e ser compartilhada como se fosse lançamento.
10. “Father and Son” – Cat Stevens (Guardiões da Galáxia Vol. 2, 2017)
“Father and Son”, de Cat Stevens, embala um dos momentos mais emocionantes de Guardiões da Galáxia Vol. 2: a despedida de Yondu (Michael Rooker, Seres Rastejantes). A música toca durante a cena do velório no espaço, quando os amigos se reúnem para homenagear o pai adotivo de Peter Quill, enquanto fogos coloridos iluminam o céu estrelado. A letra, cheia de diálogo entre gerações e aceitação, casa perfeitamente com a mistura de tristeza e redenção da cena. James Gunn transforma esse clássico folk em uma trilha de luto e homenagem, dando um peso profundo a um personagem que virou pai para muitos, e levando o público a sentir toda a carga emocional desse adeus cósmico.
11. “People Who Died” – The Jim Carroll Band (O Esquadrão Suicida, 2021)
“People Who Died”, do The Jim Carroll Band, marca uma das cenas mais explosivas e caóticas de O Esquadrão Suicida (2021). A faixa punk, cheia de energia crua e letras irônicas sobre morte e desastre, acompanha a entrada frenética do Esquadrão em ação na missão em Corto Maltese. James Gunn usa a música para dar ritmo e personalidade à carnificina desenfreada, sublinhando o humor negro e o estilo estilizado do filme. Essa escolha traz um contraste perfeito entre a violência gráfica e a batida acelerada, deixando a cena ainda mais memorável e intensa.
12. “Creep” (versão acústica) – Radiohead (Guardiões da Galáxia Vol. 3, 2023)
Guardiões da Galáxia Vol. 3 é, acima de tudo, a história de Rocket, e James Gunn prepara o terreno para essa jornada emocional desde a cena de abertura. A versão acústica de “Creep”, do Radiohead, captura perfeitamente a angústia, a solidão e o sentimento de ser um outsider que define o personagem. A escolha dessa versão mais contida traz uma melancolia extra, dando voz às feridas internas do guaxinim que, apesar da personalidade explosiva e sarcástica, carrega um passado doloroso. Essa música não só humaniza Rocket, como também dá profundidade emocional ao filme logo no seu começo.
13. “Dog Days Are Over” – Florence + The Machine (Guardiões da Galáxia Vol. 3, 2023)
“Dog Days Are Over”, de Florence + The Machine, serve como a trilha sonora perfeita para a catarse final de Guardiões da Galáxia Vol. 3. Após uma das aventuras mais difíceis, a equipe se reúne em Luganenhum para celebrar a vida com uma animada festa de dança, onde até o durão Drax (Dave Bautista) se entrega ao ritmo vibrante da música. A faixa poderosa, com sua batida contagiante e voz intensa, marca a superação dos tempos sombrios e o fechamento de ciclos, deixando o público com uma sensação de alívio e energia renovada.
Extras:
14. “5 Years Time” – Noah And The Whale (Superman, 2025)
“5 Years Time”, do Noah And The Whale, embala uma sequência de ação em Superman (2025) que tem tudo a ver com o estilo único de James Gunn. Enquanto a câmera gira freneticamente, o Sr. Incrível (Edi Gathegi, Vingança & Castigo) distribui porrada em segundo plano, a ação não para um segundo. Em primeiro plano, Lois Lane (Rachel Brosnahan, Maravilhosa Sra. Maisel) acompanha tudo com aquele olhar de quem sabe que está testemunhando algo extraordinário. A música leve e contagiante cria um contraste divertido com a violência na tela, mostrando que Gunn sabe equilibrar adrenalina e charme em cada cena.
15. “Punkrocker” – Teddybears feat. Iggy Pop (Superman, 2025)
“Punkrocker”, do Teddybears com participação de Iggy Pop, fecha Superman (2025) com uma cena cheia de coração e afeto. A música que embala o encerramento revela que, por trás do herói, o Superman também é punk! A cena também traz uma virada emocional importante com seus pais de criação, sendo um final que deixa o público na vibe certa, com música, emoção e aquela dose de irreverência que só Gunn sabe entregar.
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