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Estudo da UFRGS comprova que kombucha tem alto potencial antioxidante, mas não são todas

A kombucha, bebida fermentada que ganhou fama como elixir natural, é frequentemente associada a benefícios como melhora da digestão, fortalecimento do sistema imunológico e ação antioxidante. No entanto, uma nova pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) alerta: nem toda kombucha oferece os mesmos efeitos à saúde. De acordo com o estudo, apenas a versão padronizada da bebida demonstrou alto potencial antioxidante, enquanto uma amostra comercial analisada ficou abaixo das expectativas.
A pesquisa, liderada por Bruna Krieger Vargas no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFRGS, destaca que a atividade antioxidante da kombucha pode variar significativamente dependendo da forma como ela é produzida.
O motivo está na ausência de padronização da fermentação, ao contrário do que acontece com outras bebidas fermentadas como vinho ou cerveja, que seguem processos regulados e controlados.
Como foi feito o estudo
Para garantir resultados confiáveis, os pesquisadores utilizaram uma kombucha padronizada, desenvolvida pela pós-doutoranda Mariana Fabricio. A fórmula respeita a legislação brasileira, que exige o uso da planta Camellia sinensis (presente no chá verde, preto e branco), como base obrigatória da bebida. Com essa composição, os testes mostraram que 600 ml diários da versão padronizada seriam suficientes para obter efeito antioxidante significativo, uma propriedade essencial no combate aos radicais livres e ao envelhecimento precoce.
Apesar da popularidade, o estudo ressalta que outras alegações de saúde amplamente divulgadas, como efeitos anticarcinogênicos, antidiabéticos e hepatoprotetores, não foram comprovadas em nenhuma das amostras analisadas.
Outro ponto de atenção é a presença de álcool (ainda que em baixas concentrações, abaixo de 1%), o que pode tornar a bebida inadequada para crianças e gestantes. Além disso, o uso excessivo de açúcar no preparo caseiro ou comercial pode ser um risco para pessoas com diabetes.
Segundo Mariana, é preciso cautela: “Tem muita informação errada por aí. As pessoas pegaram o que o marketing jogou de saudável, de bom, e foram consumindo sem saber.”
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