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Adolescente planejou ataque em show do Oasis, diz tribunal britânico

Um adolescente de 17 anos foi acusado de planejar um atentado durante a primeira apresentação da turnê de reunião do Oasis, realizada no dia 4 de julho no Principality Stadium, em Cardiff. Segundo informações divulgadas pelo jornal The Times, o jovem teria manifestado intenção de replicar um ataque semelhante ao ocorrido em Southport em 2023, que deixou três crianças mortas.
Durante audiência no tribunal de Westminster, em Londres, a promotoria apresentou evidências de que o garoto havia pesquisado facas de grande porte na internet e trocado mensagens com um amigo, enviando imagens de uma lâmina e perguntando: “Essa serve?”. Ele também teria compartilhado mensagens de exaltação a Axel Rudakubana, responsável pelo ataque fatal a uma aula de dança temática de Taylor Swift no ano passado.
Na ocasião, Rudakubana assassinou três meninas — Alice da Silva Aguiar, de 9 anos, Bebe King, de 6, e Elsie Dot Stancombe, de 7 — e feriu outras dez pessoas, incluindo oito crianças. O autor do crime foi condenado no início de 2025 a um mínimo de 52 anos de prisão. O adolescente galês, cuja identidade foi preservada por questões legais, usava um nome semelhante ao de Rudakubana em sua conta no Snapchat, além de ter salvo imagens do criminoso acompanhadas de frases zombando das vítimas.
A investigação também revelou que o jovem havia transferido para o celular um manual de treinamento da Al-Qaeda, classificado como material útil para fins terroristas. Embora as autoridades não tenham identificado nele uma ideologia clara que se enquadre legalmente como terrorismo, o adolescente confessou a posse do documento e aguarda sentença em um tribunal superior.
A denúncia surgiu após um alerta feito por um contato com quem o adolescente conversava online, e foi reforçada quando um conselheiro escolar, procurado pela própria família do jovem por preocupações com seu comportamento, decidiu denunciá-lo à polícia.
O jovem, que não pode ser identificado por razões legais, compareceu ao Tribunal de Magistrados de Westminster no dia 21 de junho, e seu caso foi encaminhado para a Crown Court, onde ele será sentenciado em data futura.
O caso levanta preocupações sobre a disseminação de conteúdos violentos entre jovens e o papel das redes sociais na radicalização silenciosa de usuários em situação de vulnerabilidade emocional.
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