Connect with us

Celebridade

Médica comenta ansiedade de Larissa Manoela e sua personagem: ‘Ressignificar emoções’

Published

on

Em entrevista à CARAS Brasil, a Dra. Fabiana Guntovich comenta sobre as similaridades entre o diagnóstico de Larissa Manoela e sua personagem em Êta Mundo Melhor!

Larissa Manoela, estrela da nova novela das seis da TV Globo , está no ar na continuação da telenovela de sucesso ‘Êta Mundo Bom!’. Criada por Walcyr Carrasco e Mauro Wilson, a atriz retorna ao mundo das novelas mais madura, adulta e com camadas adicionais, algumas com as quais se identifica profundamente com sua personagem. 

Em ‘Êta Mundo Melhor!’ conhecemos Estela, uma enfermeira e professora dos órfãos da Casa dos Anjos que possui um segredo a ser desvendado ao longo da trama. Logo nas primeiras semanas, no entanto, é revelado um traço da garota que se assemelha muito ao de sua representante: ambas sofrem com transtorno de ansiedade.

Em entrevista à CARAS Brasil, a psicanalista Dra. Fabiana Guntovitch comenta o quadro da atriz, a proximidade com a psique da personagem na atuação e a importância da conscientização em um folhetim de época.

Nos dias atuais, a ansiedade ainda é um transtorno incompreendido por grande parte da população, sua complexidade e seriedade sendo renegadas: “Mostrar que transtornos como a ansiedade sempre existiram, ainda que com nomes diferentes, nos ajuda a desnaturalizar a ideia de que esse é um “mal moderno” ou um “capricho”,” explica a médica. “A ficção tem o poder de educar psico-emocionalmente o público, sobretudo quando insere temas delicados como a saúde mental em cenários inesperados, como as novelas de época.”

Segundo Fabiana Guntovitch, a psicanálise entende a ansiedade como um sintoma que revela conflitos internos que se manifestam diante do medo da perda, da crítica, do fracasso ou do desamparo. No caso das figuras públicas, esses conflitos são potencializados pela exposição e a constante sensação de estar sempre sendo observada, julgada ou idealizada, o que pode gerar um estado de hipervigilância constante. Esse sentimento impossibilita o descanso da ansiedade e, muitas vezes, o acolhimento ou reconhecimento da dor, que se torna em um sofrimento psíquico silencioso.

Recentemente, a atriz, que começou carreira ainda quando criança, revelou sofrer com ansiedade há muitos anos e que realiza terapia há mais de seis anos. Segundo ela, algumas técnicas foram criadas durante o acompanhamento psicológico para que a situação fosse regulada, entre elas, está inclusa a leitura.

“A continuidade no processo psicoterapêutico oferece algo que a ansiedade não tem: estabilidade. Para quem vive sob pressão constante, a terapia funciona como um ponto de ancoragem, onde é possível elaborar as angústias, reconhecer os gatilhos e desenvolver recursos psíquicos para lidar com o que a falta de controle exterior,” Fabiana explica. “Mais do que aliviar sintomas, a terapia cria um espaço de escuta sem julgamento. Quando o trabalho é consistente, é possível transformar a ansiedade em um estado de alerta criativo, em vez de paralisante.”

No caso de Larissa Manoela, a exposição precoce pode ter comprometido o desenvolvimento psíquico saudável, considerando que a infância é um período fundamental para a construção da identidade e da autoestima e, quando colocada em lugar de idealização pública, ela passa a correr o risco de viver em função da imagem que os outros projetam nela: “É comum que artistas mirins carreguem para a vida adulta sentimentos de ansiedade, crenças de insuficiência, medo de falhar e uma dificuldade em estabelecer limites consigo mesmos e com os outros,” completa.

Para a atriz, que já viveu experiências de dor e ansiedade, dar vida à Estela pode ser uma maneira simbólica de ressignificar vivências ou liberar emoções represadas. No entanto, essa aproximação também pode ser arriscada caso não haja elaboração suficiente dos próprios conteúdos internos. A psicanalista Fabiana Guntovitch explica que é como tocar numa ferida aberta: pode curar, mas também pode infeccionar. Por isso, o acompanhamento psicoterapêutico é fundamental para sustentar essa travessia emocional com segurança.

No entanto, a importância da trama de Estela na novela e a mensagem sendo enviada ao público é inegável. “A principal mensagem que Estela pode transmitir é: não é preciso esconder a dor para ser forte,” afirma a psicanalista. “Ao mostrar uma mulher doce, cuidadora, mas profundamente marcada por traumas e vulnerabilidades, a personagem revela que a ansiedade não define quem somos, ela apenas mostra que há algo em nós pedindo escuta, cuidado e tempo. Estela ensina que é possível ser luz mesmo tendo atravessado a escuridão. E, acima de tudo, buscar ajuda é um ato de coragem e não de fraqueza.”

CONFIRA PUBLICAÇÃO RECENTE DA ATRIZ LARISSA MANOELA NO INSTAGRAM:

Continue Reading
Advertisement
Clique para comentar

Deixar uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Revista Plateia © 2024 Todos os direitos reservados. Expediente: Nardel Azuoz - Jornalista e Editor Chefe . E-mail: redacao@redebcn.com.br - Tel. 11 2825-4686 WHATSAPP Política de Privacidade