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Música

‘Eu estava morrendo por dentro de verdade’

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Durante sua longa batalha judicial contra Dr. Luke, Kesha viveu em duas realidades separadas, fingindo que era apenas uma. Em uma delas, ela estava presa em um litígio com o produtor, nascido Lukasz Gottwald, que a processou por difamação depois que a ação movida por ela — alegando abuso sexual, físico e emocional — foi rejeitada em grande parte por ser considerada antiga demais. Na outra realidade, ela ainda entregava músicas para o selo dele, a Kemosabe Records, e se apresentava cantando canções com sua própria voz — uma voz sobre a qual ela não tinha direitos legais — para plateias repletas de fãs e apoiadores.

Durante sua participação no podcast Reclaiming, de Monica Lewinsky, que vai ao ar na íntegra hoje, a artista fala com franqueza sobre a dor mental e emocional que essa dicotomia provocou dentro dela.

Em um trecho exclusivo do episódio, Kesha diz: “Na minha cabeça, parecia a maior confusão mental de todos os tempos”. Na época, a Kemosabe Records controlava a promoção, os orçamentos, os lançamentos e outros aspectos relacionados ao seu catálogo, que incluía seus cinco primeiros álbuns de estúdio, de Animal (2010) até Gag Order (2023). “As gravações da minha voz não pertenciam legalmente a mim no universo, por toda a eternidade”, ela afirma. “A única forma de sair desse contrato era entregar a música, então ficou tudo muito estranho”.

Kesha admite que a experiência ainda é difícil de processar. “Tipo, eu estou fazendo o que amo fazer. Sou uma das melhores do mundo nisso. Tenho todos esses fãs incríveis, eles querem que eu vença. Estou fazendo acontecer”, ela diz no trecho, “mas foi uma confusão mental tão grande… Ainda me deixa perplexa, porque meio que não faz sentido como o sistema jurídico pode simplesmente assistir isso acontecer e dizer: ‘Ah, tudo bem’”. Ela diz que sabia que seus fãs se importavam, mas às vezes era difícil acreditar que mais alguém se importasse.

“Parecia desumano. E aí, no meio de tudo isso, é tipo: vá lá no palco, sorria e cante ‘TikTok’”, acrescenta Kesha.

E eu fazia isso, porque quero que meus fãs tenham um lugar bonito para se conectarem uns com os outros. Mas eu estava morrendo. Eu estava realmente morrendo por dentro. E parecia — e eu sei que não é verdade — mas na época parecia que ninguém se importava. E foi difícil, e durou muito tempo, o que foi tudo intencional, eu entendo isso. Meu coração provavelmente vai continuar se abrindo em pedaços por muito tempo. Vai ser em micro rasgos até eu conseguir voltar a ser quem eu era.

A cantora está seguindo em frente com uma nova fase, mesmo que seu processo de cura ainda esteja em andamento. Na semana passada, ela lançou Period, estilizado como o sinal de pontuação (.), seu primeiro álbum como artista independente. Pela primeira vez desde os 18 anos, sua voz pertence apenas a ela mesma.

“O gosto de Kesha pela experimentação pop está em plena florada em Period. — seu debut indie bem cronometrado para o esperado estouro mainstream do gênero hedonista, de cores neon e tudo junto conhecido como hyperpop”, escreveu a Rolling Stone em uma resenha do álbum. “Emoldurado por momentos pensativos, Period. é um disco pop vibrante que se diverte jogando coisas na parede para ver o que cola — e também curtindo qualquer bagunça que possa surgir de um arremesso menos bem-sucedido”.

Este artigo foi originalmente publicado pela Rolling Stone EUA, por Larisha Paul, no dia 8 de julho de 2025, e pode ser conferido aqui.

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