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Composto em xarope para tosse mostra potencial para retardar demência causada pelo Parkinson

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Uma nova esperança surgiu para pacientes com demência associada à doença de Parkinson. Um estudo clínico preliminar indicou que o ambroxol, composto encontrado em xaropes para tosse, pode retardar o avanço da demência e proteger o cérebro contra danos neurológicos.

A pesquisa foi publicada em junho na revista JAMA Neurology e conduzida por cientistas do Lawson Research Institute, no Canadá.

Durante um ano, os pesquisadores acompanharam 55 pessoas diagnosticadas com Parkinson e demência. Metade dos participantes recebeu ambroxol diariamente, enquanto a outra metade recebeu placebo.

Os resultados mostraram que o grupo tratado com ambroxol apresentou estabilidade nos sintomas psiquiátricos e melhora cognitiva, especialmente entre pacientes com uma variante genética de risco.

Ambroxol, composto encontrado em xaropes para tosse, pode retardar o avanço da demência e proteger o cérebro contra danos neurológicos
Ambroxol, composto encontrado em xaropes para tosse, pode retardar o avanço da demência e proteger o cérebro contra danos neurológicos – BrianAJackson/istock

Parkinson e demência: uma ligação preocupante

Embora a demência não seja um sintoma inicial da doença de Parkinson, ela pode surgir em estágios mais avançados e afetar até metade dos pacientes em até dez anos após o diagnóstico. Essa complicação grave envolve perda de memória, confusão, alterações de humor e alucinações, com impactos significativos na qualidade de vida.

Os tratamentos atuais ajudam a controlar os sintomas, mas não impedem o avanço da degeneração cerebral. Nesse contexto, o ambroxol surge como uma promessa de mudança no curso da doença.

Como o ambroxol atua no cérebro?

Conhecido por seu uso em remédios para tosse, o ambroxol ajuda na função de uma enzima chamada glicocerebrosidase (GCase), fundamental para a limpeza de resíduos celulares no cérebro. Pessoas com Parkinson geralmente apresentam níveis baixos dessa enzima, especialmente aquelas com mutações no gene GBA1.

Sem a ação adequada da GCase, as células cerebrais acumulam resíduos tóxicos, favorecendo a degeneração. O estudo mostrou que o uso do ambroxol manteve estável o marcador de dano cerebral GFAP, enquanto esse índice aumentou no grupo que recebeu placebo, indicando um possível efeito neuroprotetor do composto.

Resultados promissores e próximos passos

Além da segurança do uso, outro ponto positivo do estudo foi a eficácia observada em pacientes com mutações genéticas específicas, sugerindo que o ambroxol pode ter papel relevante em tratamentos personalizados.

Apesar do uso consagrado na Europa para doenças respiratórias, o ambroxol ainda não é aprovado no Canadá ou nos Estados Unidos para qualquer uso. Por isso, os cientistas planejam um novo estudo, com maior número de participantes e foco específico nas funções cognitivas, para confirmar os achados iniciais.

Por que essa descoberta é importante?

A demência associada ao Parkinson representa uma das fases mais desafiadoras da doença, tanto para os pacientes quanto para suas famílias. O surgimento de um medicamento já conhecido, com baixo custo e perfil seguro, pode acelerar sua aplicação clínica caso os resultados sejam confirmados em estudos mais robustos.

Se comprovado, o ambroxol poderá preencher uma lacuna no tratamento da demência de Parkinson, oferecendo mais tempo de qualidade de vida e autonomia aos pacientes.



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