Celebridade
Claudia Ohana revela início da vida sexual aos 15 e especialista analisa: ‘Pode haver um…’

Claudia Ohana fala sobre sua primeira experiência sexual aos 15 anos, após a morte da mãe, e sexóloga analisa os impactos emocionais
Conhecida pelo público como um ícone de sensualidade, Claudia Ohana (62) surpreendeu ao revelar que, durante a adolescência, tinha uma relação marcada pelo medo com a própria sexualidade. A atriz contou que sua primeira relação sexual aconteceu aos 15 anos, após a morte de sua mãe, e que essa experiência veio acompanhada de uma busca por afeto com homens mais velhos.
Em entrevista para a CARAS Brasil, a sexóloga e terapeuta sexual Bárbara Bastosanalisou o relato da atriz e trouxe um olhar profundo sobre como o início da vida sexual, o histórico familiar e a educação podem moldar, e até limitar, a vivência da sexualidade na fase adulta.
Quando o medo vira bloqueio
Ohana relatou um “medo intenso de sexo” na juventude. Segundo Bárbara, isso pode ser o primeiro sinal de um bloqueio sexual que, se ignorado, evolui para traumas profundos.
“Bloqueios sexuais podem se manifestar de diversas formas, como repulsa constante à ideia de intimidade, angústia ao se imaginar em situações de toque ou nudez, vergonha excessiva do próprio corpo e dificuldade em confiar emocionalmente. Se esses sinais são frequentes e persistentes, é crucial buscar ajuda profissional. A demora pode levar à formação de traumas, afetando profundamente a mente e o corpo“, afirma a especialista.
“Na terapia, uma dúvida comum — e o foco do meu trabalho — é a origem desses bloqueios. Buscamos as raízes desses problemas para compreender melhor como a mente da pessoa funciona: suas crenças, experiências e as marcas que ficaram em seu corpo e mente, especialmente em relação à sexualidade”, acrescenta.
Ambiente familiar e educação sexual
A terapeuta destaca que muitos desses bloqueios vêm de casa. O modo como os pais falam (ou não falam) sobre sexo pode ser determinante. Os bloqueios sexuais e íntimos estão frequentemente relacionados a diversos fatores, como:
- Educação sexual: Como foi a educação sexual recebida.
- Dinâmica familiar: A forma como os pais se relacionavam entre si, com os filhos e com os irmãos.
- Relações sociais: Como a pessoa se relacionava socialmente e dentro de casa.
“Muitas coisas influenciam a vida sexual, e muitas vezes não nos damos conta. A educação sexual é um ponto óbvio, mas é fundamental esclarecer o que isso realmente significa”, destaca.
O que realmente é educação sexual?
Para a sexóloga, o conceito é muito mais amplo do que prevenção de gravidez ou ISTs: “Quando falamos em educação sexual, não nos referimos apenas a como usar camisinha, como se comportar em uma relação, gravidez precoce ou infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). As pessoas frequentemente associam a educação sexual a esses temas, mas ela abrange um universo muito mais amplo”.
Leia também: Claudia Ohana surge em clima de romance com diretor de cinema
“A educação sexual começa desde o ventre da mãe. A forma como a mãe se relaciona com sua própria intimidade e sexualidade, não apenas no ato sexual em si, mas nos relacionamentos com o parceiro, amigos e até mesmo na forma como se porta, tudo isso comunica sobre sexualidade”, pontua.
Como os pais podem aplicar a educação sexual desde o nascimento
Com exemplos práticos, Bárbara Bastos mostra como introduzir o tema naturalmente: “Ao trocar fraldas e limpar a região íntima dos meus filhos, eu peço licença. Isso ensina que o corpo deles pertence a eles e que ninguém pode tocá-los sem permissão. Ao dar banho, eu digo quem pode limpar as partes íntimas e que essa ação é apenas para a limpeza, não para carinho.Outras formas incluem ensinar os nomes corretos das partes do corpo (vulva, vagina, pênis), sem pular essas partes. Isso é crucial”.
Quais os riscos?
Claudia também revelou que, após a morte da mãe, passou a se relacionar com homens mais velhos ligados ao universo do cinema. A sexóloga aponta que esse padrão pode ter impactos variados.
“Ao analisar relacionamentos em que há uma diferença significativa de idade, especialmente quando a mulher é mais jovem, é importante considerar que podem existir consequências tanto positivas quanto negativas. Não é possível afirmar categoricamente que a diferença de idade impactará o casal de forma negativa”.
Ela alerta: “Especialmente quando a mulher é mais jovem, pode haver um desequilíbrio de poder natural. Isso pode impactar a autonomia da mulher em diversas esferas, como em suas escolhas sobre o próprio corpo, suas decisões e sua capacidade de expressar desejos ou dizer ‘não’. O medo de perder a pessoa mais velha, que pode ter uma presença, força e poder significativos em sua vida, pode levar a um papel de constante submissão.”
Mas a especialista também cita os possíveis benefícios: “Por outro lado, ter um parceiro mais velho também pode trazer aspectos muito positivos. Uma pessoa mais madura pode ser acolhedora, respeitosa, leal e confidente”, analisa.
O essencial em qualquer relação
A terapeuta reforça que a idade, embora influente, é apenas um dos elementos que compõem uma relação saudável: “A idade pode influenciar diversos aspectos, incluindo a vida sexual e emocional. Por exemplo, a questão de construir uma família pode ser um ponto de atenção: uma pessoa muito mais velha pode não desejar ter mais filhos, enquanto a pessoa mais jovem pode ter esse desejo”.
“O essencial é observar os valores da pessoa, como ela te trata e como trata os outros, seus objetivos de vida e planos futuros. A idade não deve ser descartada, mas ela é apenas um dos muitos pontos a serem analisados”, conclui.