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Sean Combs (Diddy) é absolvido de acusações de tráfico sexual e organização criminosa

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Sean Combs, mais conhecido como Diddy, que nas últimas sete semanas enfrentou cinco acusações criminais de tráfico sexual e conspiração para organização criminosa, foi absolvido das acusações mais graves, mas considerado culpado por transporte com fins de prostituição.

Desde o momento em que sua ex-namorada, Casandra “Cassie” Ventura, entrou com um explosivo processo por tráfico sexual contra o empresário de 55 anos em novembro de 2023 — o que levou à sua prisão pela mesma acusação em setembro de 2024 — Combs manteve firmemente sua inocência. Advogados de defesa de alto nível, representando o chefe da Bad Boy Records, não negaram os episódios brutais e frequentes de violência contra Ventura, mas enfatizaram repetidamente que “violência doméstica não é tráfico sexual”.

Quando o veredito de “inocente” na acusação de conspiração para organização criminosa foi lido, Combs levou a mão ao rosto e abaixou a cabeça, aliviado.

O veredito foi lido em um tribunal lotado, após um grupo de oito homens e quatro mulheres deliberar por 13 horas. O júri já havia tomado a maior parte das decisões na noite de terça, 1º de julho, informando ao juiz Arun Subramanian que haviam chegado a um veredito sobre as acusações de tráfico sexual e transporte com fins de prostituição, relacionadas a Ventura e a uma ex-namorada que depôs sob o pseudônimo de “Jane”.

No entanto, disseram estar “incapazes” de chegar a um consenso sobre a acusação de conspiração para organização criminosa devido a “opiniões inflexíveis de ambos os lados”. Mas após Subramanian instruir o júri a continuar deliberando, eles retornaram com o veredito final no dia seguinte.

A condenação por prostituição pode render a Combs até 20 anos de prisão, já que cada acusação pode resultar em até 10 anos de pena. Ainda assim, isso é significativamente menos do que a possível prisão perpétua que ele poderia enfrentar caso fosse condenado pelas acusações de tráfico sexual e organização criminosa. A data da sentença ainda não foi definida.

Os três dias de deliberação vieram após sete semanas de depoimentos exaustivos e emocionais de 34 testemunhas da acusação. Durante os argumentos finais na semana passada, o principal advogado de defesa, Marc Agnifilo, conteve as lágrimas ao acusar o governo de mirar injustamente em Combs com um abuso amplo de poder. Segundo Agnifilo, os promotores usaram o processo de Ventura como ponto de partida para vasculhar a vida privada de Combs e acusá-lo com base em suas preferências sexuais não convencionais.

No que foi descrito como o “tempo pessoal” de Combs e sua “forma de extravasar”, ele filmava suas namoradas em encontros sexuais que duravam dias com acompanhantes masculinos. Supostamente, ele tratava essas sessões como se fossem sets de filmes adultos, enchendo os quartos de hotel com velas de grife, coreografando as sequências dos atos e dando instruções sobre o que deveria acontecer a seguir.

Os promotores alegam que Combs mantinha Ventura e Jane sob efeito constante de uma variedade de drogas, especialmente ecstasy, e se recusava a aceitar “não” como resposta quando elas tentavam evitar participar dos freak offs. Segundo os promotores, durante anos, Combs manipulou e forçou as mulheres a cederem a seus desejos sexuais por meio de violência física, coerção e/ou ameaças de prejuízo financeiro e de divulgar gravações explícitas delas.

Alternando entre indignação e incredulidade, Marc Agnifilo ironizou os chamados “freak offs” que estavam no centro do caso do governo contra Sean Combs. “Você pode chamar de troca de casais, de ménage, do que quiser — é isso que é. É isso que as evidências mostram”, disse Agnifilo sobre Combs contratar acompanhantes masculinos para fazer sexo com suas namoradas. “Ele jamais imaginaria que houvesse algo de errado nisso.”

O júri pareceu concordar, absolvendo Combs das acusações de tráfico sexual envolvendo Ventura e Jane. Ele também foi inocentado da acusação de usar uma equipe de funcionários de alto escalão, seguranças e assistentes pessoais “jovens e ambiciosos” — descritos como quase soldados — como parte de uma conspiração criminosa.

Combs manteve-se confiante ao longo de todo o julgamento, a ponto de sua poderosa equipe de defesa optar por não apresentar nenhuma testemunha. Em vez disso, os advogados leram em voz alta uma série de mensagens trocadas entre Ventura e Combs, nas quais a cantora de R&B aparentemente demonstrava entusiasmo pelos encontros sexuais prolongados e regados a drogas. Em apenas 25 minutos, a defesa encerrou sua apresentação, convencida de que as evidências — ou a falta delas — estavam a seu favor.

O governo alegava que, de 2004 até sua prisão em setembro de 2024, Combs liderava uma conspiração criminosa centrada principalmente em sua vida sexual com as namoradas. Como parte dessa organização, Combs e seus supostos cúmplices teriam cometido crimes a mando do empresário, incluindo três casos distintos de sequestro; o ataque com bomba incendiária ao carro de Kid Cudi por causa de um envolvimento com Ventura; o suborno de um funcionário de hotel com US$ 100 mil para fazer desaparecer imagens comprometedoras de Combs agredindo Ventura; intimidação de testemunhas e distribuição de drogas, entre outros.

Durante toda essa suposta conspiração criminosa, segundo os promotores, Combs traficava sexualmente suas namoradas — primeiro Ventura, entre 2009 e 2018, e depois Jane, entre janeiro de 2021 e setembro de 2024. Ele teria pago passagens para acompanhantes masculinos voarem de várias cidades para encontrá-lo em Los Angeles, Nova York, Miami e Turks e Caicos, pagando-os em dinheiro após fazerem sexo com suas parceiras.

Não é a primeira vez que Combs sai vitorioso de um julgamento criminal onde a balança da justiça parecia pender contra ele. O homem conhecido por usar uma corrente de ouro com o símbolo de Lázaro já enfrentou uma possível pena de 15 anos por suposto envolvimento em um tiroteio em uma boate em 1999 — um caso que ameaçava sua ascensão como líder de um império bilionário. Mas ele foi absolvido em março de 2001, deixando o tribunal abraçado à mãe, Janice, a poucos quarteirões do tribunal federal de onde agora está prestes a sair.

E embora nunca tenha sido acusado criminalmente, autoridades de Nova York culparam um jovem Combs, então com 22 anos, por promover e vender ingressos em excesso para um jogo beneficente de basquete no City College of New York, em dezembro de 1991, que resultou na morte de nove pessoas durante um tumulto. Após emitir pedidos de desculpas e resolver diversos processos civis, a tragédia virou uma nota de rodapé na trajetória de Combs, que fundou a lendária gravadora Bad Boy Records em 1993 e descobriu o rapper The Notorious B.I.G..

Combs ainda enfrenta mais de 50 processos civis. O processo movido por Ventura, resolvido por US$ 20 milhões em menos de 24 horas, desencadeou uma onda de acusações semelhantes vindas de homens e mulheres. As alegações de agressão sexual percorrem os 30 anos de carreira de Combs, começando na década de 1990 e se estendendo até julho de 2024 — com modelos, profissionais da indústria musical e pessoas que tiveram encontros pontuais alegando terem sido alvo de seu comportamento predatório.

Combs negou veementemente todas as acusações de agressão sexual. “Sr. Combs nunca agrediu sexualmente nem traficou sexualmente ninguém — homem ou mulher, adulto ou menor de idade”, declarou anteriormente sua equipe jurídica em comunicado.

+++LEIA MAIS: Diddy continua pagando contas de testemunha no julgamento; entenda

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