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Kelner Macêdo vive virada na carreira em ‘Guerreiros do Sol’: ‘Retorno às minhas raízes’

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Kelner Macêdo vive virada na carreira em ‘Guerreiros do Sol’: ‘Retorno às minhas raízes’

Kelner Macêdo fala com exclusividade à CARAS Brasil sobre personagem em Guerreiros do Sol e celebra valorização do Nordeste no audiovisual

No ar como Zé do Bode em Guerreiros do Sol, nova novela original do Globoplay, Kelner Macêdo (30) vive um momento especial na carreira. O ator paraibano, natural de Rio Tinto, no litoral norte do estado, mergulha nas raízes do sertão nordestino ao interpretar um ex-militar que se junta ao bando de cangaceiros liderado por Josué (Thomás Aquino), na trama inspirada na saga de Lampião e Maria Bonita.

Em entrevista exclusiva à CARAS Brasil, o artista celebrou esse reencontro com sua história:
“Foi uma experiência muito especial, porque foi realmente um retorno ao passado, às minhas origens, às minhas raízes”, afirma.

Kelner Macêdo interpreta Zé do Bode, um ex-militar que entra para o cangaço, na nova novela do Globoplay
Kelner Macêdo interpreta Zé do Bode, um ex-militar que entra para o cangaço, na nova novela do Globoplay – Globo

Reencontro com o Nordeste e com a própria identidade

Depois de anos no Sudeste, onde iniciou sua trajetória no cinema, Kelner diz que, por muito tempo, precisou ‘abafar’ sua identidade para se encaixar no mercado:

“Em muitos momentos, a gente precisa abafar quem é, a nossa personalidade, o nosso sotaque, para conseguir acessar certos espaços do mercado. E essa obra faz o movimento contrário: coloca em perspectiva o nosso lugar de origem, a nossa linguagem, os nossos pontos de vista”, explica.

O ator vê Guerreiros do Sol como uma oportunidade de resgate cultural e pessoal: “É uma possibilidade muito especial de retorno, de olhar para trás e enxergar os passos que demos para chegar até aqui, enquanto povo, enquanto terra, enquanto população. Também é um olhar para a nossa própria história nordestina, brasileira”, pontua.

“A gente tem tantas histórias brasileiras para contar. Valorizamos tanto o que vem de fora que fazer Guerreiros do Sol é dizer: galera, olha isso! Temos muita potência aqui no Brasil, muitas histórias possíveis e interessantes. Só precisamos de um olhar mais interessado sobre elas. Foi uma experiência que me marcou muito e que representa uma mudança para mim”, completa.

Interpretando um personagem rígido e fechado emocionalmente, Kelner revela que Zé do Bode o tirou da zona de conforto:

“Também pelo tipo de personagem que o Zé do Bode é: um homem mais duro, com rigidez, que vive num universo novo para mim, que eu ainda não tinha explorado muito. Para mim, é uma nova perspectiva que aparece no horizonte”, avalia.

Dureza emocional e desafios internos do personagem

Zé do Bode guarda uma complexidade emocional que se intensifica com o desenrolar da trama, especialmente ao se aproximar de Ildebrando Cheiroso (Rodrigo Garcia).

“O Zé do Bode é assim: tem dificuldade de entender os próprios sentimentos. Ele é mais prático, lida com armas, pensa os deslocamentos do bando com o chefe. Mas, quando o assunto são as paisagens internas, há uma dureza. Ele não sabe lidar com o novo, com sentimentos diferentes, com o que o atravessa. Quando o Ildebrando Cheiroso chega, algo muda para ele. A perspectiva dele se transforma. O Ildebrando mexe com ele de um jeito que nenhum outro homem daquele bando mexeu. É um novo olhar. E ele ainda não tem consciência sobre o que sente. Essa foi uma parte muito rica e desafiadora da construção do papel”, revela Kelner.

Relação com Ildebrando (Rodrigo Garcia) provoca mudanças no interior do personagem
Relação com Ildebrando (Rodrigo Garcia) provoca mudanças no interior do personagem – Globo

Em contraste, o ator se define como alguém que prefere o diálogo aberto: “Diferente do Zé do Bode, sou uma pessoa que prefere falar. Se eu senti ali, se eu tenho uma relação com você, vou falar. Se algo me incomodou, vou falar. Se gostei, vou falar”, diz.

“Gosto de falar sobre as coisas, sobre o que sinto. Porque, se você acumula, uma hora isso vai precisar sair. Em algum momento, isso vai vazar. E, nesse acúmulo total, você perde o controle do que acontece a partir dali”, conclui sobre a importância de lidar com as emoções.

Representatividade e descentralização das narrativas

A ascensão de produções nordestinas como Guerreiros do Sol representa, para Kelner, um marco na história do audiovisual brasileiro:

“Se a gente pensar, as narrativas da televisão brasileira sempre estiveram muito voltadas para o Sudeste,Rio de Janeiro e São Paulo, como se fossem o Brasil inteiro”, diz.

Para ele, a novela rompe esse ciclo: “Acho que já evoluímos muito. Guerreiros do Sol abre esse espaço de domínio da narrativa. A série é uma elaboração dessa possibilidade de futuro diversa, plural, horizontal. Descentraliza o poder da narrativa”, analisa.

Kelner Macêdo nos bastidores de Guerreiros do Sol

Kelner Macêdo nos bastidores de Guerreiros do Sol

“Todo mundo quer se ver na tela, e acho que, agora, estamos nos vendo. São atores nordestinos, em sua grande maioria, interpretando papéis nordestinos que, antes, seriam dados a atores do Sudeste”, destaca.

Com esperança no futuro, ele torce por continuidade: “Torço para que isso continue, que se expanda, que não tenhamos retrocessos. Que esses espaços de protagonismo se tornem cada vez mais descentralizados”, finaliza.

Quem é Kelner Macêdo?

Formado em Teatro pela Universidade Federal da Paraíba, Kelner Macêdo começou sua trajetória nas artes cênicas em 2012, deixando a faculdade de Psicologia para mergulhar na atuação. Estreou no cinema nacional como protagonista do longa Corpo Elétrico (2016) e, desde então, tem transitado entre o teatro, o audiovisual e projetos autorais como roteirista e diretor.

Atualmente, vive entre São Paulo e Rio de Janeiro e se prepara para seu próximo trabalho na série Tremembé, onde interpretará um dos envolvidos no emblemático caso Von Richthofen.

Sobre Guerreiros do Sol

Criada por George Moura e Sergio Goldenberg, com direção artística de Rogério Gomes, Guerreiros do Sol é a terceira novela original do Globoplay e acompanha uma intensa história de amor e resistência no sertão das décadas de 1920 e 1930. Inspirada na vida de Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros históricos, a novela estreou na TV Globo nesta quarta-feira (2), na faixa Espiadinha Globoplay, após Vale Tudo.

No Globoplay, Guerreiros do Sol estreou em 11 de junho. Cinco capítulos por semana são disponibilizados na plataforma às quartas-feiras. Já no canal Globoplay Novelas, a exibição acontece de segunda a sexta, às 22h40. O novo bloco de episódios chega no dia 2 de julho.

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