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Anti-histamínicos podem atrapalhar seus ganhos na academia, revela estudo

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Anti-histamínicos podem atrapalhar seus ganhos na academia, revela estudo


Você tem o hábito de tomar comprimidos para alergia, como Allegra ou Claritin, antes de treinar? Uma nova pesquisa da Universidade do Oregon sugere que essa prática pode estar sabotando seus resultados. De acordo com o estudo, anti-histamínicos de venda livre podem reduzir drasticamente os benefícios do exercício físico, bloqueando um dos mecanismos naturais mais importantes do corpo para ganhar força, resistência e saúde muscular: a liberação de histamina durante os treinos.

A histamina, conhecida por causar espirros, coceira e congestão nasal, também desempenha um papel fundamental no processo de adaptação ao exercício físico. Quando você se exercita, seus músculos liberam histamina, que atua diretamente nos vasos sanguíneos e nas células musculares, aumentando o fluxo sanguíneo, melhorando a entrega de nutrientes e ativando processos que promovem o fortalecimento e a recuperação muscular.

Detalhes do estudo

O estudo acompanhou 16 adultos saudáveis em um programa de seis semanas de ciclismo. Metade do grupo tomou doses elevadas de anti-histamínicos antes de cada treino, enquanto a outra metade recebeu um placebo.

Os resultados foram impressionantes: o grupo placebo melhorou sua potência máxima em 18%, enquanto os que tomaram anti-histamínicos tiveram apenas 9% de melhora. Ainda mais preocupante, a capacidade metabólica dos músculos (avaliada pela enzima succinato desidrogenase) aumentou 136% no grupo placebo, contra apenas 3% no grupo medicado.

Anti-histamínicos de venda livre podem reduzir drasticamente os benefícios do exercício físico, de acordo com estudo
Anti-histamínicos de venda livre podem reduzir drasticamente os benefícios do exercício físico, de acordo com estudo – mihailomilovanovic/istock

Além disso, o estudo mostrou que o fluxo sanguíneo para os músculos durante o exercício melhorou 45% no grupo placebo, mas apenas 25% no grupo que tomou os medicamentos.

Embora ambos os grupos tenham registrado aumento semelhante no consumo máximo de oxigênio (VO₂pico), as adaptações celulares e metabólicas que sustentam o condicionamento físico a longo prazo foram significativamente comprometidas pelo bloqueio da histamina.

Vale ressaltar que o estudo utilizou doses muito mais altas do que as normalmente encontradas em medicamentos para alergia, como a loratadina ou a fexofenadina. No entanto, mesmo com essa diferença de dosagem, os pesquisadores alertam que o bloqueio da histamina durante o treino — e não ao longo do dia — é o que impacta diretamente os resultados.

Ajustes necessários

A descoberta levanta uma questão importante: como equilibrar o controle de alergias com o desempenho físico? A melhor estratégia pode ser ajustar o horário da medicação, evitar doses elevadas antes de treinos intensos ou utilizar anti-histamínicos que não afetem os dois principais tipos de receptores de histamina (H1 e H2).

O estudo também aponta que diferentes tipos de exercícios, incluindo o treinamento intervalado de alta intensidade, podem ser afetados pela supressão da histamina, sugerindo que o problema não se limita a uma modalidade específica.

A mensagem é clara: a histamina não é apenas um incômodo alérgico, mas uma aliada poderosa no processo de ganho de performance e recuperação muscular. Portanto, da próxima vez que pensar em tomar um comprimido para alergia antes da academia, considere se o alívio imediato compensa a perda de ganhos a longo prazo.



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