Celebridade
‘Sinal de alerta deve acender’

Leo Jaime tornou público um problema de saúde; em entrevista à CARAS Brasil, o Dr. Guilherme Scheibel explica o diagnóstico
No ano de 2022, Leo Jaime (65) contou, durante uma participação no programa Conexão Vivabem, do portal UOL, que havia descoberto conviver com a apneia obstrutiva do sono. Para entender mais sobre o assunto, à CARAS Brasil entrevista o Dr. Guilherme Scheibel, médico especialista em otorrinolaringologia.
À época, Leo Jaime confessou que com o tratamento adequado ao longo dos anos, a qualidade de sono melhorou, o número de apneias diminuiu e elas não são mais tão longas. Segundo o músico, os primeiros sinais se manifestaram com ronco, sono e cansaço.
O que diz o especialista?
Segundo o Dr. Guilherme Scheibel, médico especialista em otorrinolaringologia e membro titular da Academia Brasileira e Europeia de Otorrinolaringologia e Cirurgia Plástica Facial, a apneia obstrutiva do sono é um distúrbio respiratório que ocorre durante o sono, caracterizado por interrupções repetidas e temporárias da respiração.
“Essas pausas acontecem por conta do fechamento parcial ou total das vias aéreas superiores, geralmente por flacidez dos músculos da garganta, amígdalas aumentadas ou excesso de tecido na região do pescoço”, afirma.
Sinais que exigem atenção
Os principais sinais da apneia obstrutiva do sono incluem:
- Ronco alto e frequente;
- Pausas na respiração percebidas por quem dorme ao lado;
- Sono não reparador (mesmo após muitas horas de descanso);
- Sonolência excessiva durante o dia;
- Dificuldade de concentração, irritabilidade ou dor de cabeça matinal.
“Em muitos casos, o paciente só descobre o problema quando outra pessoa relata o ronco intenso ou as pausas respiratórias”, alerta.
Não é brincadeira!
Cerca de 100 milhões de pessoas no mundo sofrem de apneia obstrutiva do sono (AOS), segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Por conta dessas interrupções temporárias da respiração, o Dr. Guilherme Scheibel chama a atenção.
“Impactam diretamente a oxigenação do cérebro e de outros órgãos. Por isso, a apneia obstrutiva do sono aumenta o risco de hipertensão, arritmias cardíacas, AVC, infarto e até de acidentes, devido à sonolência diurna. O sinal de alerta deve acender quando o ronco é persistente, há cansaço ao acordar ou episódios de engasgo durante o sono. Nestes casos, é fundamental procurar avaliação com um especialista”, avalia.
Tratamento e qualidade de vida
O tratamento varia conforme o grau da apneia e suas causas. Entre as opções, estão:
- Mudanças de estilo de vida, como perda de peso, evitar álcool e sedativos;
- Aparelhos intraorais, que reposicionam a mandíbula e ampliam a passagem de ar;
- CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas), indicado para apneias moderadas e graves;
- Cirurgias otorrinolaringológicas, como a correção de desvio de septo, retirada das amígdalas ou redução de tecidos que obstruem a via aérea.
O Dr. Guilherme Scheibel reforça que cada caso é individual e precisa ser avaliado com um especialista que deve solicitar exames como a polissonografia (exame do sono), que identifica a gravidade do quadro. Abaixo, o médico lista algumas dicas para manter a qualidade de vida em meio ao diagnóstico.
- “Mantenha horários regulares para dormir e acordar”;
- “Evite refeições pesadas, álcool e eletrônicos antes de dormir”;
- “Durma de lado, pois a posição supina (barriga para cima) favorece o colapso das vias aéreas”;
- “Faça acompanhamento contínuo com seu otorrinolaringologista ou especialista do sono”;
- “E, principalmente, não ignore o ronco frequente, ele pode ser o primeiro sinal de um distúrbio sério”.
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